Mortos em Ghouta Oriental chegam a 898
REUTERS/Bassam Khabieh/05.03.2018O ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Yves Le Drian, disse em entrevista nesta quinta-feira (8) que a Rússia e o Irã devem usar sua influência sobre o presidente sírio Bashar al-Assad para que ele respeite o cessar-fogo exigido pela ONU (Organização das Nações Unidas) em Ghouta Oriental. As informações são da agência de notícias Reuters.
— A Rússia e o Irã têm a responsabilidade de impor a trégua humanitária e têm os meios para fazê-lo. As 400 mil pessoas que agora vivem em um cerco devem ter acesso a cuidados de saúde e alimentos. Os comboios humanitários estão prontos para entrar no território, porque é um direito internacional a partir deste ponto.
Desde o último dia 18 de fevereiro, a região síria de Ghouta Oriental tem sido alvo de bombardeios e ataques aéreos que já deixaram quase 898 mortos, segundo o último levantamento do Observatório Sírio para os Direitos Humanos, ONG de monitoramento da guerra com sede no Reino Unido. Entre as vítimas, estão 188 crianças e 116 mulheres.
Le Drian ainda reiterou que a França vai tomar providências se for comprovado o uso de armas químicas nos ataques ao enclave rebelde.
— Existe agora uma de indicações que levam a pensar que as armas químicas podem ter sido usadas. Não há provas, mas para a França — e o presidente Macron foi firme nesse assunto — isso é uma linha vermelha. Se o uso de armas químicas letais for comprovado, haverá retaliação francesa.
Bashar al-Assad contra rebeldes
A guerra na Síria se arrasta desde 2011 — quando, em meio à Primavera Árabe, o presidente Bashar al-Assad passou a responder com violência aos que se rebelavam contra seu governo.
As áreas do país dominadas pelos opositores foram reconquistadas por Assad gradualmente após uma série de ataques e bombardeios das forças sírias. Ghouta Oriental é o último grande reduto rebelde próximo de Damasco, a sede do poder.