O governo da Espanha já realizou quase 150 voos para deportar as centenas de imigrantes africanos ilegais que chegaram ao país nos últimos meses entre 2013 e 2014. Na última quinta-feira (20), foi a vez de Baydi Kane, um senegalês que veio até o país para conhecer sua filha recém-nascida.
Kane fazia parte de um grande grupo de pessoas detidas no Centro de Detenção de Imigrantes de Madri. Estima-se que mais de 49 mil pessoas sejam presas nessas centros por ano.
De acordo com um relatório anual do Mecanismo para a Prevenção da Tortura de 2013, elaborado pela Justiça do México, houve 148 voos de deportação, que "devolveram" 1.093 pessoas aos seus países de origem.
Segundo o jornal espanhol Diagonal Periódico, a maioria dos deportados é de origem marroquina. Em segundo lugar, o país que mais recebe pessoas deportadas da Espanha é a Argélia, seguida de Colômbia, Nigéria, Senegal, Equador e Mauritânia.
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Ainda de acordo com o jornal, a maioria das deportações são feitas por meio de voos comerciais ou em estradas ferroviárias ao redor do país. O relatório também fornece informações sobre ataques racistas durante as deportações, o que preocupa ainda mais os ativistas.
Em 2007, a morte do nigeriano Osamuyi Aikpitanyi durante um voo de deportação causou revolta no mundo todo. De acordo com jornais locais, o jovem teria morrido de asfixia durante o embarque, além de o corpo ter muitas marcas de mordaças.