70 pessoas estão desaparecidas e cerca de 700 ficaram feridas desde as primeiras explosões
REUTERS/StringerA revista econômica Caijing publicou em sua edição desta segunda-feira (17) uma matéria que afirma que quem realmente controla a empresa proprietária da terminal de contêineres do porto de Tianjin, norte da China, na qual foram registradas duas explosões na quarta-feira passada (12) é o filho de um ex-alto funcionário do governo local.
Apesar do titular oficial da empresa Ruihai International Logistics ser Zhi Feng, como se sabe desde o começo, e os principais acionistas serem duas pessoas chamadas Li Liang e Shu Zheng, com 55% e 45% das ações, respectivamente, quem "controla realmente" a companhia é Dong Mengmeng. Assim assegura a revista, afirmando que Dong é o filho do ex-diretor do Escritório de Segurança Pública do Porto de Tianjin, onde fica o terminal de depósitos.
Descartou-se, assim, que Zhi Feng fosse filho do vice-prefeito de Tianjin, Zhi Shenghua, como alguns meios de imprensa tinham publicado inicialmente. A vinculação entre a companhia e o governo confirmada pela Caijing aumenta as suspeitas sobre a obscuridade na gestão da catástrofe, sem que ainda se tenha revelado quem a provocou.
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Na sexta-feira (14), Gao Huaiyou, subdiretor de segurança do trabalho de Tianjin, declarou que, entre outros motivos, não se pode determinar quem armazenava os contêineres, devido a "divergências maiores entre a documentação da empresa e os registros dos clientes".
Ainda na ressaca das explosões que começaram no dia 12 de agosto, o número de mortos do acidente no porto chinês de Tianjin aumentou nesta segunda-feira para 114 após a descoberta de outros dois corpos, enquanto 70 pessoas estão desaparecidas e cerca de 700 ficaram feridas, segundo os últimos números divulgados pelo governo municipal. Por enquanto só foram identificados 54 dos mortos, afirmou o responsável de imprensa de Tianjin, Gongo Jiansheng, citado pela agência oficial Xinhua.
Enquanto isso, as autoridades do maior porto de mercadorias do norte da China asseguraram que as atividades portuárias voltaram à normalidade depois de mais de quatro dias de suspensão. O porto recebe 40% dos veículos importados pela China e também grandes quantidades de minério de ferro, matéria-prima básica para a indústria siderúrgica nacional. Por esse motivo, esses setores foram especialmente afetados pela tragédia.
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ReutersO maior fabricante japonês de automóveis, a Toyota Motors, anunciou que vai paralisar as operações de três linhas de produção na China por causa dos efeitos das explosões até o dia 19 de agosto.
O primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, visitou no domingo (16) o lugar do acidente, enquanto a Corte Suprema chinesa anunciou a abertura de uma investigação para esclarecer se houve negligência no acidente, ocorrido em um armazém que guardava materiais químicos perigosos e altamente inflamáveis.
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Já o vice-prefeito de Tianjin, Zhang Tingkun, confirmou nesta segunda-feira que ainda há cerca de 700 toneladas de cianureto de sódio em uma área de 100.000 metros quadrados ao redor da região do terminal de contêineres onde aconteceram as explosões na quarta-feira passada.
Segundo a agência Xinhua, 18 mil contêineres do terminal ficaram danificados pelas explosões do composto químico que é especialmente prejudicial para a saúde humana. Entre eles, há aproximadamente 1.800 carregados de produtos tóxicos, sem especificar quais.
A confirmação que continham cianureto de sódio, além de outros componentes não esclarecidos, eleva a preocupação sobre uma eventual contaminação química. Ainda hoje aconteceram novas explosões no epicentro das anteriores, acompanhadas de mais incêndios, o que dificulta os trabalhos de resgate e emergência no terminal de contêineres.
Um pequeno grupo de especialistas químicos do Exército, acrescenta o meio oficial, entrou na área com equipamento para medir a qualidade do ar, que por enquanto é normal.
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