Logo R7.com
Logo do PlayPlus
Publicidade

Grupo contra violência colombiana completa 10 anos de luta por reconhecimento

Internacional|

Bogotá, 6 mar (EFE).- O Movimento de Crimes de Estado da Colômbia (Movice) completou nesta sexta-feira dez anos de luta para conseguir que o governo assuma sua responsabilidade em uma série de desaparecimentos, torturas e assassinatos cometidos por membros da polícia durante o conflito armado. Passada uma década da união feita para obter respostas e com o objetivo de que o país conhecesse a verdade, o grupo faz um balanço e concluiu que seu sucesso foi pela metade, pois embora o Estado admita sua existência, consideram que falta assumir responsabilidades, disse Luz Marina H. Contreras, em entrevista coletiva nesta sexta-feira em Bogotá. "A memória exige ao governo que reconheça sua responsabilidade. Não foram maçãs podres que cometeram estes crimes, foi uma política de Estado", disse ela. Mesmo assim, o Movice deu importantes passos em seu reconhecimento, como participar dos diálogos de paz que o governo colombiano e as Farc mantêm em Havana há pouco mais de dois anos. Os integrantes foram ouvidos em Cuba com o mesmo nível de reconhecimento que tiveram as vítimas da guerrilha e dos paramilitares que falaram tête-à-tête com os negociadores. Mas quando faz um balanço de seus dez anos, o Movice contabiliza 678 atos ameaças e ataques físicos, e afirma que seus integrantes sofrem desde o início de sua atividade "uma forte campanha de estigmatização vinda do mesmo palácio presidencial", segundo um comunicado da organização. O assédio tem aumentado. Como ressaltou outro integrante de Movice, Camilo Álvarez, de setembro de 2013 a janeiro de 2015 os ataques aumentaram até chegar a 84 casos nesse período, uma média de um a cada cinco dias, todos eles com um nível de impunidade "de quase 99%". Entre esses ataques está o assassinato em janeiro deste ano de Carlos Alberto Pedraza Salcedo, membro do movimento, assim como o de Ever López, outro participante cujo corpo foi encontrado ontem no departamento de Meta (centro). "A informação que temos é que este fato foi realizado diretamente pela polícia", sustentou Álvarez, que pediu mais esforços para que este e outros coletivos "tenham garantias" na hora de desempenhar seu trabalho. Como desafio, além de reconhecimento, enfrentam a ampliação do polêmico privilégio militar, uma reforma que atualmente é debatida no Congresso e que, se aprovada, dará maiores competências aos tribunais militares. A possibilidade foi criticada fortemente por algumas ONG internacionais, como Human Rights Watch (HRW), que considerou que esta reforma procura "blindar os militares" acusados de graves violações aos direitos humanos, como execuções extrajudiciais. Para comemorar seus dez anos, o Movice instalou em Bogotá uma "galeria da memória" na qual mostra "vários atos de barbárie que o povo colombiano sofreu", segundo explicou Contreras. Esse não será o único ato. O coletivo deve promover um "curso de proteção" e convocar todos os seus membros em um grande encontro nacional programado para julho. EFE cdb/cdr (foto)

Últimas

Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.