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Guerra de Gaza leva mais palestinos a arriscar emigração perigosa para a Europa

Cerca de 130 mil pessoas chegaram à Europa pelo mar somente neste ano

Internacional|

A recente e devastadora guerra contra Israel fez aumentar o número de palestinos da Faixa de Gaza que se juntam a um êxodo perigoso de migrantes que fogem do Oriente Médio e da África em busca de uma vida melhor na Europa.

Os palestinos familiarizados com as operações nos túneis de contrabando sob a fronteira entre Gaza e Egito dizem que entre 1.500 e 2 mil moradores de Gaza saíram do enclave nos últimos quatro a cinco meses almejando embarcar para o Egito e escapar pelo Mar Mediterrâneo.

Outrora limitados a poucos indivíduos, grupos de dezenas de palestinos começaram a partir durante o confito de julho e agosto, que trouxe ainda mais penúria e destruição a Gaza.

As notícias de que mais de 700 migrantes do Oriente Médio e da África se afogaram em naufrágios no Mediterrâneo na semana passada desencadearam alarme entre as famílias de Gaza que aguardam informações sobre a chegada segura de seus entes queridos.

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“O número de pessoas com as quais as famílias em Gaza perderam contato é de cerca de 400”, disse Khalil Abu Shammal, diretor da Associação de Direitos Humanos Ad-Dameer, sediada no enclave. “É necessário adotar medidas para impedir essas viagens rumo à morte e ao desconhecido.”

Samir Asfour, de 57 anos, da cidade de Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza, soube da morte do filho, Ahmed, por um sobrevivente que o viu em um dos navios que naufragram em 10 de setembro.

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Ahmed, de 25 anos, estava no Cairo em busca de tratamento para os ferimentos causados por um míssil israelense em 2009 quando decidiu se juntar a três primos, também mortos, e fazer a travessia, contou seu pai.

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“Amigos o convenceram de que na Alemanha ele receberia um tratamento melhor”, declarou Asfour à Reuters.

O desemprego em Gaza está em torno de 50% , segundo o Banco Mundial, mas há décadas muitos palestinos necessitados recebem ajuda da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados Palestinos (UNRWA), o que significa que não há uma crise humanitária generalizada.

A guerra recente, entretanto — a terceira maior ofensiva de Israel em Gaza desde 2008 — aumentou a sensação de desespero.

Para os moradores de Gaza, a jornada começa quando se registram com os donos dos túneis, que atuam como mediadores para três contrabandistas sediados no Egito. A passagem pela fronteira custa cerca de 400 dólares, uma viagem de ônibus para a cidade de Alexandria, na costa mediterrânea, mais 800 dólares, e uma vaga no navio outros dois mil dólares, de acordo com sobreviventes e parentes dos migrantes.

Cerca de 130 mil pessoas chegaram à Europa pelo mar até agora este ano, em comparação com as 60 mil de 2013, segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur). A Itália recebeu mais de 118 mil pessoas, a maioria resgatadas no mar pela operação naval Mare Nostrum.

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