Contra a exaltação do medo de Trump, Hillary Clinton defende a esperança
ReutersCom uma campanha que exalta as diferenças, Donald Trump avança agressivamente com a “estratégia do medo” que poderá lhe garantir o cargo político mais poderoso do mundo: a presidência dos EUA. Agora que as convenções partidárias já definiram seus candidatos, está mais claro do que nunca que a única que poderá parar a propaganda do medo é Hillary Clinton.
Longe de ser a mais carismática entre os democratas ou mesmo sendo definida por muitos do partido como neoliberal ou centrista, Hillary é acima de tudo uma moderada e isso atualmente já é por si só uma vantagem. Em um cenário em que o populismo falastrão de Trump ganha terreno, ela é sem dúvida o peso da balança que pode garantir a estabilidade nos EUA e no mundo.
Hillary Clinton é primeira mulher a concorrer à Presidência dos EUA
Em discurso para democratas, Bill Clinton descreve Hillary como força para mudanças
São tantas as incertezas geradas por uma possível administração de Trump que a liderança do partido democrata não deixou dúvidas durante a convenção desta semana: todos unidos contra o medo. O ex-presidente Bill Clinton, a primeira-dama Michelle Obama e o candidato “socialista” Bernie Sanders fizeram discursos efusivos destacando a esperança como arma contra as incertezas do rival republicano, o que deve dar o tom da propaganda democrata.
Como em outras regiões do mundo, a política americana vive uma nova polarização, enquanto a dicotomia esquerda e direita saíram de cena, moderados versus radicais/populistas entraram no palco. É nesta dinâmica que a disputa pela Casa Branca será definida. Já é possível ver sindicalistas mais radicais atacando o neoliberalismo de Hillary enquanto concordam com as teses contrárias aos acordos comerciais de Trump. Do outro lado, tradicionais republicanos de Wall Street estão criticando o conservadorismo provinciano do milionário excêntrico e abraçando a face cosmopolita da democrata.
Infelizmente, diante da nova polarização muitos debates mais técnicos deverão se enfraquecer. Não é possível dialogar quando o apelo do marketing político é regido pelo sentimento que aguça a face mais selvagem do ser humano: o medo. Quando a democracia se afasta da razão é o momento de maior instabilidade econômica e social. Por isso, contra a tirania do radicalismo e das incertezas, que venham os moderados!
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