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Inéditas candidaturas de dois opositores marcam eleições locais em Cuba

Internacional|

Soledad Álvarez. Havana, 19 abr (EFE).- As inéditas candidaturas de dois opositores foi o destaques das eleições municipais deste domingo em Cuba, que elegerá mais de 12.500 delegados locais em um pleito sem partidos políticos e que, segundo o governo, são um exemplo de "autêntica democracia participativa". Hildebrando Chaviano, advogado independente de 65 anos, e Yuniel López, de 26 anos e do ilegal "Partido Cuba Independente e Democrática", são os dois dissidentes entre os 27.379 candidatos a delegados municipais (uma espécie de vereador), em uma votação onde a única campanha permitida é a exibição da biografia e foto dos postulantes nos colégios eleitorais. Essas biografias são elaboradas pela administração eleitoral. A de Chaviano indica que em 2006 "se incorporou a facções contrarrevolucionárias", que entre 2011 e 2014 "recebeu treinamento em computação e jornalismo no Escritório de Interesses dos EUA" e que atualmente "se dedica a publicar artigos contrarrevolucionários" financiados por organizações do exterior. Na biografia de Yuniel López destacam que não tem emprego conhecido e que desde 2012 "mantém vínculos com organizações contrarrevolucionárias radicadas no exterior. "A biografia foi redigida buscando me desacreditar para a população. Perderam a perspectiva, não sabem como a população cubana pensa e o que fizeram foi atrair mais eleitores", disse à agência Efe Chaviano, às portas de seu colégio eleitoral. Vinculado ao grupo de advogados independentes "Corrente Agramontista", Chaviano está convencido de que tem chances de ser designado delegado para sua Assembleia Municipal do Poder Popular e opinou que sua candidatura demonstra que "sim, podemos fazer algo desde aqui". Caso seja eleito, comentou, sua atuação como delegado será como "a clássica mosca no copo de leite. Todos socialistas e eu com um discurso diferente embora muito social. Eu sou liberal, ao socialismo não vejo perspectiva", disse. O jovem Yuniel López contou à Agência Efe no dia seguinte de seus vizinhos o designarem para se candidatar, começaram "as campanhas" da segurança do Estado e de representantes do Partido Comunista "perguntando como tinham permitido que eu fosse eleito". "Houve pessoas que disseram que se votassem em mim seriam catalogados também como contrarrevolucionários", disse López. Este jovem espera que sua iniciativa encoraje outros opositores a se candidatarem nas próximas eleições e deseja que muitos jovens, embora não seja da oposição, mas tenha pensamento crítico, façam o mesmo. À espera de saber se finalmente estes opositores serão escolhidos, o dia de votação se desenvolveu "sem contratempos" segundo a televisão oficial e tudo aponta que, como é habitual, haja uma altíssima participação. Para o governo se trata de "uma jornada de ratificação do apoio do povo cubano à Revolução", como disse à imprensa o primeiro vice-presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, após depositar seu voto em um colégio do bairro Náutico da capital. Quem também exerceu hoje seu direito ao voto, mas de forma não presencial foi o ex-presidente cubano Fidel Castro, de 88 anos e retirado do poder desde 2006, que enviou ao meio-dia sua cédula ao colégio eleitoral número 1, da circunscrição 13 no bairro da Praça da Revolução. Um membro da mesa eleitoral levou o bilhete ao líder da revolução cubana em sua casa, e a devolveu ao colégio onde foi depositado na urna, como mostrou a televisão estatal. Oito milhões de cubanos foram convocados apara as eleições locais parciais, realizadas a cada dois anos e meio. A eleição dos deputados à Assembleia Nacional acontece a cada cinco anos. Esta previsto que os colégios eleitorais fechem hoje às 18h (21h em Brasília), e os nomes dos delegados locais eleitos devem ser divulgados ao longo da semana. EFE sam/cd (foto) (vídeo)

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