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Investidores se preparam para grande oscilações no mercado após plebiscito na Grécia

"Não" venceu o referendo e proposta dos credores foi rejeitada pela população

Internacional|

Expectativa é de volatilidade no mercado após resultado do referendo
Expectativa é de volatilidade no mercado após resultado do referendo Expectativa é de volatilidade no mercado após resultado do referendo

Investidores dos mercados de ações e bônus europeus estão se preparando para grandes oscilações em reação ao resultado do plebiscito na Grécia, independentemente do resultado. As primeiras projeções oficiais indicam que pelo menos 61% dos eleitores gregos votaram "não" às medidas de austeridade fiscal exigidas pelos credores internacionais do país. De acordo com Giordano Lombardo, executivo-chefe de investimentos da Pioneer Investments, "a volatilidade vai durar algum tempo".

Ele destacou que as negociações políticas sobre a dívida grega e as discussões sobre se o país terá como continuar na união monetária europeia deverão prosseguir depois do plebiscito.

A Pioneer, gestora de € 226,3 bilhões em ativos (cerca de R$ 700 mi), reduziu suas posições em bônus espanhóis e italianos, de modo a proteger suas carteiras de um potencial movimento de vendas depois do plebiscito na Grécia. Ativos desses países europeus, que também têm dívidas significativamente grandes, já mostraram vulnerabilidade aos temores de que a possível saída da Grécia da zona do euro seja prenúncio de uma fragmentação da união monetária.

O primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, já disse esperar que o "não" dos eleitores do país a novas medidas de austeridade leve os credores internacionais a serem menos intransigentes, Mas os credores - a União Europeia, o FMI e o Banco Central Europeu - dizem que a rejeição das condições pela Grécia vai prejudicar as chances de um acordo, deixando o país à beira de sair da zona do euro. A maioria dos governos dos países da zona do euro é formada por partidos de centro-direita; além de sua oposição ideológica ao Syriza, o partido que lidera a coalizão governista na Grécia, eles temem repercussões em seus próprios eleitorados.

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Investidores e analistas disseram que esses temores deverão provocar quedas fortes nos mercados de ações da Europa nesta segunda-feira. "A maioria dos nossos clientes entrou no fim de semana na expectativa de que o voto no 'sim' venceria", escreveu Francesco Garzarelli, do Goldman Sachs, em nota publicada logo depois do fechamento das urnas na Grécia. Ele disse esperar que uma opção clara dos eleitores gregos pelo "não" aumente a chance de a Grécia sair da zona do euro. Os estrategistas do banco têm a expectativa de que o índice de referência Euro Stoxx 50 tenha uma queda de até 10% caso se confirme a vitória do "não".

Alberto Gallo, estrategista do RBS (Royal Bank of Scotland), disse que "os investidores se prepararam para retiradas e têm mantido dinheiro vivo em mãos, mas poucos estão realmente preparados para uma vitória do 'não', em minha opinião".

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James de Bunsen, gestor de ativos do Henderson Global Investors, falou sobre a expectativa e as incertezas do resultado

— No curto prazo, nós teríamos a expectativa de um rali de alívio no caso de uma vitória do 'sim'. Mas a incerteza sobre um novo acordo de ajuda à Grécia persistiria, tendo em vista que provavelmente haveria mudanças políticas no país, e isso limitaria qualquer ganhos.

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O primeiro-ministro Tsipras poderá ter dificuldades para se manter no cargo no caso de uma vitória do "sim", mas isso não significa que ele não tentará. O mercado de ações de Atenas e os bancos gregos estiveram fechados na última semana e não deverão reabrir antes de terça-feira. Os negócios com bônus governamentais da Grécia também foram suspensos em algumas plataformas, depois de quedas fortes de preço na segunda-feira passada.

No último mês, os mercados de ações dos países da zona do euro têm recuado, depois de altas fortes no começo do ano. O índice Euro Stoxx 50 já perdeu 4% e os investidores estão se preparando para uma volatilidade ainda maior do que no auge da crise da dívida da região, em 2012. O índice VSTOXX, que mede quanto os investidores estão pagando por opções ao buscar proteção contra volatilidade para suas carteiras, subiu na sexta-feira ao nível mais alto em três anos.

Ainda assim, muitos continuam otimistas sobre os mercados europeus no longo prazo, apostando que quaisquer repercussões dos acontecimentos na Grécia não vão tirar dos trilhos a recuperação econômica da região.

— Consideramos qualquer debilidade adicional nas ações europeias como oportunidade de compra, já que o resto da zona do euro está começando a se recuperar.

"Os mercados não deveriam entrar em pânico. Pelo menos a saga do plebiscito está fora do caminho. Ter ultrapassado esse ponto nos permite uma análise mais simples do cenário", escreveu o economista Demetrios Efstathiou, do Standard Bank, em nota aos clientes neste domingo.

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