Para o exército israelense, não há reivindicações de palestinos sobre a área
13.09.2010/MENAHEM KAHANA / AFPO governo israelense deu, neste domingo (31), um novo passo na colonização da Cisjordânia ao declarar como estatais mais de 4 mil metros quadrados de terra no bloco de assentamentos de Gush Etzion, situado entre as cidades palestinas de Belém e Hebron e ilegal segundo o direito internacional.
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O passo foi dado depois que o exército israelense argumentou que na sua opinião não existe reivindicação privada de possíveis proprietários palestinos sobre a citada terra, informou neste domingo a edição digital do jornal "Yedioth Ahronoth". Mesmo assim, o governo deverá esperar os 45 dias estipulados para permitir possíveis alegações e reivindicações, acrescentou a publicação.
A decisão foi duramente criticada por ONGs israelenses e movimentos pacifistas e antiocupação como "Paz Agora", que consideram que esse passo significa colocar um novo obstáculo para uma solução negociada ao conflito entre palestinos e israelenses.
— Esta é uma mensagem para os palestinos de que Israel negocia com (o movimento islamita) Hamas e ao mesmo tempo destrói as opções para conseguir um verdadeiro acordo com os moderados, afirmou a organização.
— É uma punhalada nas costas do (presidente palestino, Mahmoud) Abbas, acrescentou seu diretor, Yariv Oppenheimer.
A zona declarada, conhecida como o assentamento Gva'ot, era até agora considerada um bairro da colônia Alon Shvut, ilegal de acordo com o direito internacional, e até o momento não tinha sido reconhecida por Israel porque foi construída sem permissões estatais.
Em julho deste ano, os colonos da zona voltaram a exigir seu reconhecimento estatal como represália pelo assassinato de três estudantes judeus, desaparecidos semanas antes perto de Gush Etzión Yigal Dilmoni, subdiretor do colonialista Conselho de Yesha, defende que este tipo de ações "são a resposta sionista apropriada aos ataques terroristas em Israel", em alusão ao crime contra Gilad Sha'er, Naftali Frenkel e Eyal Yifrach e pediu ao governo que siga ampliando as colônias.
— O anúncio abre o caminho para a estabelecimento da nova cidade de Gva'ot, à qual alguns propuseram rebatizar com o nome dos três meninos, explicou, por sua parte, Davidi Perl, presidente do Conselho regional de Gush Etzion.
— Os assassinos dos três jovens queriam semear o medo em nossos corações e nossa resposta é aprofundar a colonização, acrescentou.
Na semana passada, Ophir Akunis, responsável no escritório do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e um de seus principais assessores, assegurou que Israel jamais renunciará à colonização da Cisjordânia, já que qualquer retirada seria, na sua opinião, uma espécie de "suicídio nacional".
Os palestinos preparam um pedido à ONU para que ponha data ao fim da colonização israelense e para que declare o Estado palestino.