UE não reconhece resultado de eleição em Belarus
REUTERS/Stringer - 16.8.2020Os chefes de Estado e governo dos países que integram a União Europeia decidiram nesta quarta-feira (19) por não reconhecer os resultados das eleições presidenciais de Belarus, realizadas no último dia 9, que garantiram o sexto mandato consecutivo para o atual presidente, Alexandr Lukashenko.
"As eleições não foram justas, nem livres e não cumpriram com os padrões internacionais. Não reconhecemos os resultados apresentados pelas autoridades bielorrussas", disse o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, em entrevista coletiva virtual, concedida após cúpula de líderes feita por vídeoconferência.
O político belga disse ainda que a situação na antiga república soviética é "cada vez mais preocupante" e garantiu que a mensagem dos chefes de governo e Estado do bloco é clara.
"A UE se mantém solidária ao povo de Belarus, e não aceitamos a impunidade" garantiu Michel.
O presidente do Conselho Europeu avaliou que a situação no país não se trata de "geopolítica", mas sim de uma crise nacional, sobre o direito de eleger livremente as lideranças.
Além disso, Michel considerou que a violência utilizada contra manifestantes, que foram às ruas protestar contra os resultados eleitorais, "impactante e inaceitável" e, por isso, pediu que seja feita uma investigação sobre os fatos.
Segundo o presidente do Conselho, a União Europeia imporá "sanções a um número substancial" de pessoas consideradas responsáveis pela fraude eleitoral e pela violência, com medidas restritivas que já estão sendo preparadas.
"Tratam-se de punições seletivas, não contra o povo bielorrusso", explicou.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, garantiu que a UE está disposta a acompanhar a transição em Belarus, garantindo um diálogo entre governo e oposição, e que apoia o trabalho da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE).