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Luis Lacalle Pou: a surpresa conservadora que pode destronar o governo

Internacional|

Álvaro Mellizo. Montevidéu, 22 out (EFE).- Luis Lacalle Pou, o jovem líder do conservador Partido Nacional, tornou-se o candidato capaz de destronar o governista Frente Ampla, após chegar à campanha como um sopro de "ar fresco", como o nome de seu partido político (Aire Fresco), e subir nas pesquisas. Desde que se lançou candidato presidencial nas internas do histórico agrupamento "branco", votação que ganhou de forma ampla e contra toda previsão, Lacalle Pou não deixou de crescer nas intenções de voto até o ponto de dar por certa sua passagem a um segundo turno no qual o candidato da Frente Ampla, Tabaré Vázquez, não terá tudo a seu favor para ganhar. Filho do ex-presidente Luis Alberto Lacalle (1990-1995), o candidato nasceu em Montevidéu em 1973 e é advogado de profissão, apesar da política ter sido seu principal campo de atuação desde que entrou no parlamento como deputado, em 2000. Sua mãe, María Julia Pou, também foi senadora pelo Partido Nacional, e vários de seus antepassados foram históricos lideres do partido. No entanto, sua ascensão à primeira linha da política com aspirações reais a se tornar presidente é muito recente. Quando Lacalle anunciou sua intenção de ser pré-candidato, há aproximadamente um ano, poucos apostavam nele. Porém, aos poucos foi ganhando apoios e despertando um inusitado entusiasmo entre os simpatizantes nacionalistas, enquanto Jorge Larrañaga, seu rival nas internas e hoje seu candidato a vice-presidente, o via de cima para baixo nas pesquisas. Seu triunfo foi uma surpresa e desarmou quase todos os seus rivais, que não contavam com sua presença, nem com sua forma de fazer política. De aparência jovem, este pai de três filhos baseou sua empreitada para ganhar a presidência em fazer ações "pelo positivo" - lema de sua campanha -, e, ajudado por grupos entusiastas, apostou por municiar os eleitores de propostas antes que criticar duramente seus oponentes. Deste modo, Lacalle Pou se movimentou rumo ao centro político para atrair os votos dos indecisos e de moderados que antes votavam no Frente Ampla, à custa de evitar entrar em debates como a segurança pública, uma das questões-chave da campanha. Seu apoio inicial à muito criticada proposta de modificar a Constituição para diminuir a idade de imputabilidade penal lançada pelo Partido Colorado foi diluída em sua caminhada eleitoral para não prejudicar sua imagem. Outro ponto importante de sua campanha, muito efetiva segundo vários analistas e que lhe rendeu o apelido dado pela imprensa de "Lacalle Pop", foi sua imagem e sua mensagem emotiva em algumas ocasiões, festiva em outras, acompanhada em vários atos por música e dança e com grande presença de jovens militantes. Seus críticos afirmam que seu discurso político é "vazio" e que não tem grandes propostas e que, apesar de sua atitude e seu espírito construtivo, durante sua época parlamentar nunca apoiou medidas que agora defende. Assim, apesar de Lacalle Pou apresentar naquele período uma proposta para legalizar o cultivo de maconha com a intenção de romper com a "hipocrisia" da lei uruguaia, quando o governo do presidente José Mujica aprovou a revolucionária legalização da compra e venda de cannabis no país, ele se opôs. Durante este debate, inclusive, confessou que consumiu maconha e cocaína na juventude, durante o período no qual seu pai foi presidente da República. EFE amr/cdr

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