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Maduro assume Presidência e faz discurso cheio de ataques à oposição

Internacional|

José Luis Paniagua. Caracas, 19 abr (EFE).- Nicolás Maduro assumiu a Presidência da Venezuela prometendo lealdade à memória de Hugo Chávez e fazendo de seu discurso de posse um duro ataque à oposição, no qual alternou acusações com chamados ao diálogo e prometeu que não haverá impunidade pelos incidentes após as eleições. Após cinco dias de uma tensão que os resultados apertados do pleito presidencial fez transbordar e de decisões de última hora do Poder Eleitoral para solucionar a crise, Maduro assumiu como o décimo presidente do período democrático na Venezuela, iniciado em 1958 com a saída do poder do ditador Marcos Pérez Jiménez. Maduro fez um discurso ácido de um pouco mais de uma hora, que se viu acidentado em seu início por causa da entrada de um homem vestido de vermelho que se jogou sobre o presidente para pedir-lhe ajuda e a quem o Ministério Público anunciou que levará a um tribunal por delitos que não detalhou. "Falhou a segurança, absolutamente. Poderiam ter me dado um tiro", disse Maduro diante do olhar dos 17 chefes de Estado e de Governo que participaram da cerimônia, entre eles, a brasileira, Dilma Rousseff; o iraniano, Mahmoud Ahmadinejad; o cubano, Raúl Castro; o colombiano, Juan Manuel Santos; a argentina, Cristina Kirchner. O novo presidente venezuelano se mostrou inflexível em suas acusações à oposição após os incidentes da segunda-feira, nos quais foram registrados oito mortos e mais de 60 feridos, contextualizando-os em discurso de campanha de seus adversários contra os cubanos na Venezuela, que comparou com o qual justificou o "Holocausto judeu". "Tem as mesmas características de intolerância, de ódio, de morte, que depois justificou o Holocausto judeu, guardando as distâncias históricas, mas as características da campanha são iguais", sustentou Maduro. O presidente assegurou que não haverá impunidade, que vai haver justiça no país, diante de um auditório cheio de delegações internacionais, mas sem a presença opositora. A oposição optou por não participar da cerimônia ao acompanhar a postura de seu líder e candidato presidencial nas eleições do domingo passado, Henrique Capriles, de não reconhecer os resultados que deram a vitória a Maduro até que 100% dos votos sejam recontados. Maduro, no entanto, mostrou um lado conciliador ao se dirigir a seus adversários e aos venezuelanos que optaram por Capriles nas eleições, que o chavista ganhou com 272 mil votos sobre a oposição, com 99% dos sufrágios apurados. O líder venezuelano afirmou que está disposto a estender a mão a quem não votou nele e aos políticos adversários para acabar com a divisão no país, e inclusive a conversar com Capriles para que "cesse seu ódio". "Estou disposto a conversar até com o diabo, que Deus me perdoe, até com o novo Carmona se for necessário para que cesse seu ódio contra mim, contra o povo, para que cesse sua intolerância", afirmou, comparando o líder opositor com Pedro Carmona, o efêmero presidente autoproclamado presidente durante o golpe de 2002. Após voltar de madrugada de Lima, da reunião que a União de Nações Sul-Americanas (Unasul) convocou para tratar a situação em seu país, Maduro não deixou passar a oportunidade de falar da decisão do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) de aprovar a auditoria de 100% dos votos. "Eu poderia ter alguma diferença em relação à decisão que eles tomaram (...), mas o CNE tomou uma decisão e eu (...) apoio absolutamente o Poder Eleitoral", disse Maduro, não sem deixar de assegurar que "aconteça o que acontecer" a oposição não vai reconhecer o resultado. Em relação a seus planos de Governo, afirmou que o objetivo da "revolução social" que, disse, lidera, é que em 2019 haja "pobreza zero" e pediu a reformulação de todas as missões e programas sociais impulsionados por Chávez. "O objetivo da revolução social é que no ano de 2019: pobreza zero; podemos alcançá-lo, pobreza e miséria zero na Venezuela", anunciou. Maduro assegurou que chegou à Presidência sem buscá-la e só pela "circunstância histórica" da morte de Chávez. Enquanto Maduro tomava posse, milhares de venezuelanos seguiam o pedido de um pedido por Capriles para repudiar o ato de posse. EFE jlp/ma (foto) (vídeo)

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