Caracas, 4 ago (EFE).- O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse nesta terça-feira que a oposição de seu país quer tomar o poder criando o caos através de uma estratégia feita nos Estados Unidos que se vale de grupos criminosos e paramilitares para semear a violência.
"Eles acreditam que vão a chegar ao poder político sobre o caos, a morte e a divisão na Venezuela, é uma estratégia que qualquer um pode achar um pouco esquizofrênica, é uma estratégia 'made in USA', usada no exterior", declarou Maduro durante um ato com a Guarda Nacional Bolivariana em Caracas.
O presidente reiterou uma afirmação que fez nos últimos dias, quando assegurou que os opositores, com a ajuda do Pentágono, buscam criar o cenário "do enfrentamento, do caos, da incerteza" com "a bandeira da extrema-direita" usada com "marca imperial" para "colocar a mão no poder".
Maduro assinalou que, por isso, seu governo iniciou há três semanas a chamada Operação Libertação do Povo (OLP) contra a delinquência no país.
"Os que estiverem conspirando contra o povo, conjurando-se com a maldade e a violência para infligir danos e morte a nosso povo, que se preparem: a OLP vai às ruas para libertar, proteger e capturar todos estes criminosos e assassinos, essa é a ordem", afirmou.
Através da OLP, as forças de segurança "recuperaram" dos delinquentes dezenas de apartamentos localizados nos conjuntos residenciais de um programa estatal de onde as famílias residentes tinham sido expulsas sob ameaças de grupos criminosos.
Além disso, durante as operações de plano, morreram mais de 12 supostos delinquentes e foram apreendidas armas, drogas e veículos que tinham sido roubados.
A organização não governamental Provea criticou a operação por considerar que o sistema empregado "sugere o uso excessivo da força".
A insegurança é um dos principais problemas no país e, segundo cálculos da procuradora-geral venezuelana, Luisa Ortega, a taxa de homicídios em 2014 foi de 62 assassinatos por 100.000 habitantes, número que sobe a 82, de acordo com a ONG Observatório Venezuelano de Violência. EFE
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