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Mais de 120 países debatem na Colômbia como mudar política antidroga global

Internacional|

Bogotá, 2 jun (EFE).- Delegados de 127 países debatem a partir desta terça-feira, na cidade de Cartagena, na Colômbia, como mudar a política antidroga global, um desafio que, para o presidente anfitrião, Juan Manuel Santos, exige deixar de lado "preconceitos políticos". Abrir essa discussão é o objetivo da XXXII Conferência Internacional de Drogas, que até quinta-feira reunirá 400 delegados e especialistas de nações dos cinco continentes. "Um mundo livre de drogas, digamos a verdade, não é um objetivo ou uma ambição realista", declarou Santos na inauguração do evento. A frase reflete um pensamento que se estendeu nos últimos tempos no continente americano, onde vários países mudaram de opinião quanto ao que até agora era considerada a estratégia oficial de combate aos narcotraficantes. Talvez o caso mais destacado seja o do Uruguai, onde em 2013, com José Mujica como presidente, foi criada uma lei para que fazer com que o Estado seja o produtor e vendedor da maconha em farmácias, a fim de tirar o negócio do controle dos narcotraficantes. A Bolívia, que expulsou a DEA (Agência Antidrogas dos EUA) do país em 2008, também defende a necessidade de um enfoque diferente, opinião compartilhada com vários ex-presidentes latino-americanos, como o colombiano César Gaviria. A questão de mudar a política antidrogas se transformou em um dos eixos essenciais do novo secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), o uruguaio Luis Almagro, que disse há poucos meses que é preciso estudar "políticas alternativas que ofereçam soluções" ao "problema das drogas". Com isso, o fórum de Cartagena se transformou na oportunidade perfeita para delimitar que se quer mudar e como poderia ser mudado. A Colômbia argumenta que é necessária uma atitude global, já que o problema que enfrenta tem a mesma dimensão. "Necessitamos, e quando digo 'necessitamos' falo do mundo inteiro, um novo enfoque para encarar o problema das drogas", disse Santos em seu discurso. O líder colombiano propôs que a nova estratégia seja "liderada por especialistas e, sobretudo, despojada de preconceitos políticos e ideológicos" para poder conseguir consenso global. Além disso, Santos destacou que o novo plano deve incluir todos os elos da cadeia do narcotráfico. "O que ganhamos prendendo camponeses ou consumidores? Devemos continuar atacando os elos mais fortes da cadeia, e assim o continuaremos fazendo", afirmou o presidente, que mais uma vez ressaltou a possibilidade de assinar a paz com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) como o respaldo definitivo para acabar com o problema das drogas. A tarefa se anuncia como difícil, pois representa mudar a estratégia de ofensiva total elaborada pelos Estados Unidos, presente neste fórum, entre outros representantes, através do novo diretor da DEA, Chuck Rosenberg, que insistiu na preocupação de seu país com os índices de consumo de drogas. Durante seu discurso, Rosenberg comparou os cartéis e outras organizações do narcotráfico com "parasitas, que se abrigam em um corpo, absorvem seus melhores recursos e destroem o resto dos órgãos". Segundo sua visão, buscar outras opções para derrotá-los, "que não incluam o confronto, se mostra complicado". EFE cdb/id (foto)

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