Em mais um passo para aprovar que o Brasil doe R$ 792 mil para a restauração da Basílica da Natividade, em Belém, Palestina, a comissão mista da Medida Provisória que determina a doação, aprovou, nesta quinta-feira (12), o relatório do senador Humberto Costa (PT-PE).
O conteúdo da MP autoriza a doação ao Estado da Palestina, conforme denominado pela Agência do Senado, da quantia. Mas, para que ela seja implementada, é necessário que o texto seja aprovado pelos plenários da Câmara e do Senado, para onde segue.
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A liderança da comunidade judaica brasileira mais uma vez afirmou que discorda da iniciativa e teme que a verba seja utilizada, na verdade, para ataques contra Israel, organizados por grupos ou indivíduos palestinos.
O presidente executivo da Fisesp (Federação Israelita do Estado de São Paulo), Ricardo Berkiensztat, questiona a doação com base, primeiramente, na crise econômica que assolou o País nos últimos tempos e que ele considera não ter sido ainda superada.
— Em primeiro lugar, com o Brasil passando por uma situação econômica extremamente complicada, fazer uma doação é no mínimo muito estranho. Falta dinheiro para a educação, saúde, previdência, qualquer valor é bem-vindo dentro das necessidades do Brasil.
O outro argumento utilizado pelo dirigente da Fisesp diz respeito ao destino do dinheiro. Há o temor, por parte da comunidade judaica, de que a verba seja direcionada a outros objetivos, como ataques a Israel.
— Temos o receio de que o dinheiro seja desviado para atividades de grupos locais terroristas que possam fazer uso para ataques a Israel. Não temos nada contra a Basílica, mas quem garante que o dinheiro vai ser utilizado lá? É uma preocupação nossa.
A Agência do Senado informou em nota que a Basílica está desde 2012 na lista do Patrimônio Mundial e dos Patrimônios em Risco da Unesco, por causa do seu precário estado de conservação. A restauração já está em andamento. E como o prazo para as doações se encerra até o fim deste ano, o senador Humberto Costa pediu urgência na aprovação do relatório.
Segundo Berkiensztat, o valor obtido para a reforma já está acima do necessário, com doações de vários países, como Bélgica, Alemanha, França, Itália, Grécia, Hungria, Rússia, Polônia e Marrocos.
— Sabemos que muito do dinheiro doado para a Autoridade Palestina foi desviado no meio do caminho, seja por corrupção, seja para a incitação ao ódio e utilização para compra de armas e bombas a serem usados em ataques contra Israel.
O governo brasileiro, no texto, não se manifestou a respeito das considerações feitas pela comunidade judaica. Para o senador Cristóvão Buarque (PPS-DF), o objetivo da iniciativa não é financiar nenhuma religião, mas salvar um patrimônio cultural da humanidade.
Pelo menos 15 palestinos morreram após confrontos com forças israelenses, em Gaza, na fronteira com Israel nesta sexta-feira (30). Os manifestantes organizaram a "Grande Marcha do Retorno", um protesto pacífico inicialmente para pedir a volta de refugiados ao local