Merkel recebeu a "Lâmpada da Paz"
Yara Nardi/Reuters - 12.5.2018A Europa precisa fazer mais para acabar com a guerra na Síria, disse a chanceler alemã, Angela Merkel, neste sábado ao receber um prêmio pacifista de monges franciscanos no local de nascimento de São Francisco.
Merkel recebeu a "Lâmpada da Paz" da ordem franciscana, se juntando a outros que receberam o prêmio, como o ex-presidente polonês Lech Walesa, o Dalai Lama, o falecido presidente de Israel Shimon Peres e o presidente colombiano, Juan Manuel Santos.
Em discurso de aceitação do prêmio na basílica, Merkel classificou a Síria de "uma das maiores tragédias humanitárias do nosso tempo" e disse que os políticos têm de trabalhar mais duro para acabar com a guerra.
"Este conflito se tornou um conflito de interesses regionais, um conflito de religiões... e é por isso que esse prêmio de hoje lembra a mim e a muitos outros líderes europeus que devemos estar mais envolvidos para resolver este conflito", disse ela.
O Observatório Sírio para os Direitos Humanos, um grupo sediado no Reino Unido que monitora a guerra, afirma que mais de meio milhão de pessoas foram mortas na guerra síria desde seu início há sete anos. Cerca de 85% dos mortos são civis que morreram pelas mãos das forças do governo sírio e de seus aliados, de acordo com o Observatório.
Ao se referir ao conflito no leste da Ucrânia, Merkel disse: "aqueles que achavam que o fim da Guerra Fria traria paz à Europa estavam errados".
Mais de 10 mil pessoas foram mortas desde abril de 2014 em um conflito que coloca forças ucranianas contra separatistas apoiados pela Rússia no leste da Ucrânia. Combates intermitentes continuam, apesar de um cessar-fogo e dos esforços diplomáticos pela paz.
Merkel, que é filha de um ministro luterano na antiga Alemanha Oriental, acendeu uma vela na tumba de São Francisco de Assis, o santo do Século 13 que pregou pela paz e pela natureza.
O chefe do convento em Assis, padre Mauro Gambetti, disse que os franciscanos decidiram dar o prêmio a Merkel, que defendeu os direitos de refugiados que buscam uma vida melhor na Europa, por conta de seu "compromisso em promover a coexistência pacífica entre os povos".
"Essa lâmpada é uma inspiração para mim. Eu a manterei em minha mesa", disse a chanceler.
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