Paralisação do metrô permitiu que 139 pessoas sem teto se abrigassem nos vagões
Justin Lane / EFE - EPA - 6.5.2020O metrô de Nova York, que habitualmente oferece um serviço ininterrupto 24 horas por dia, fechou pela primeira vez na noite de terça-feira (5), para uma desinfecção profunda de todos os seus vagões, com o objetivo de evitar eventuais contaminações pelo coronavírus, o que também permitiu que as autoridades acolhessem 139 moradores de rua.
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No último dia 30-de abril, o governador de Nova York, Andrew Cuomo, anunciou que a partir de terça o metrô ficará fechado diariamente durante quatro horas.
Entre 1 e 5 da manhã, os funcionários se esforçaram para limpar os pisos, paredes, barras, portas, janelas e assentos de cada vagão, para que os trabalhadores essenciais, os únicos a quem se recomenda usar o transporte público neste momento, possam viajar tranquilos até seus trabalhos.
Nesta quarta-feira (6), o prefeito da cidade, Bill de Blasio, aplaudiu o trabalho dos funcionários de serviços sociais e da polícia e disse que "nunca tinha visto tanto sucesso em uma só noite" no tratamento dado à população de sem-teto, por ter conseguido que uma "alta porcentagem" deles aceitassem o abrigo.
Segundo o prefeito, 139 das 252 pessoas que vivem de maneira permanente nas instalações subterrâneas da cidade aceitaram a acolhida. "Foi apenas uma noite, mas é um número assombroso. As pesquisas federais indicam que em Nova York vivem entre 3,5 mil e 4 mil pessoas nas ruas e no metrô", destascou ele.
Por sua vez, Cuomo declarou que a medida não tem precedentes e que a ideia de desinfetar todos os vagões diariamente é algo que, até pouco tempo atrás, era considerado "virtualmente impossível".
"Estamos fazendo coisas que nunca tinham sido feitas antes", disse o governador democrata, que insistiu na necessidade de proteger a saúde dos trabalhadores essenciais da cidade.
O uso do metrô despencou em Nova York, depois que as autoridades proibiram todas as atividades que não seja consideradas essenciais, como medida para tentar frear a expansão da pandemia de covid-19, e o número de passageiros caiu em cerca de 90%.
Os auto-falantes e telas digitais das estações lembram aos novaiorquinos que a rede de transporte público está funcionando para uso exclusivo das pessoas que, por necessidade, precisam utilizá-la, e insistem para que todos aqueles que não são trabalhadores essenciais fiquem em casa.