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Milhares de russos manifestam contra adoção por estrangeiros

Internacional|

Milhares de pessoas manifestaram neste sábado em Moscou contra a adoção de crianças russas por estrangeiros e para exigir o retorno de um menino, cujo irmão morreu no Texas, um drama que alimenta as tensões entre Moscou e Washington.

Cerca de 12.000 pessoas participaram da marcha "Em defesa das crianças" no centro de Moscou, indicou a polícia, enquanto os organizadores registraram 20.000 manifestantes.

Um jornalista da AFP constatou que a maioria dos participantes eram militantes de associações pró-Kremlin de ajuda à infância.

Muitos carregavam bandeiras russas, ícones religiosos e retratos de Maxime, o menino russo morto no Texas.

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Esta manifestação, sob temperaturas de -8°C, foi organizada após o anúncio pelas autoridades americanas que a morte de Maxime Kouzmine foi um acidente e que seus pais adotivos não tiveram culpa.

A criança de três anos morreu devido a uma "laceração arterial" no intestino causada por um choque no abdômen, segundo a necropsia. Quatro especialistas que examinaram a criança afirmaram que ela tinha problemas mentais e que teria se machucado sozinha.

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O responsável no ministério russo das Relações Exteriores para os direitos humanos, Konstantin Dolgov, questionou esta versão, considerando os resultados da necrópsia incompletos e exigindo que as autoridades americanas enviem todos os documentos necessários para esclarecer a morte.

Este caso provocou novas tensões entre Moscou e Washington desde que foi revelado em meados de fevereiro pelo secretário no Kremlin para os direitos das crianças, Pavel Astakhov.

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Pavel também recebeu de forma negativa o anúncio dos resultados da necrópsia.

"Triunfo da justiça?", questionou em seu Twitter, acrescentando que o menino se tornou "uma vítima da política".

Em janeiro, Maxime Kouzmine, filho de uma mãe alcoólatra, foi encontrado inconsciente no corredor de sua nova casa por sua mãe adotiva Laura Shatto, que o levou ao hospital, onde morreu.

Os Shatto foram isentos das acusações de homicídio, mas poderiam responder por negligência.

Além disso, há uma forte campanha na Rússia pelo retorno de Kirill, o irmão mais novo de Maxime, que foi adotado pela mesma família e que tem dois anos.

"Nossa principal reivindicação é trazer Kirill para casa e proibir a adoção por ocidentais", declarou uma das organizadoras da marcha deste sábado, Irina Bergset.

Ela considerou os resultados da necrópsia como "propaganda americana".

"Isso mostra que eles tratam as crianças russas como cachorros ou gatos", declarou.

O porta-voz do presidente russo indicou que medidas foram tomadas para trazer Kirrill de volta à Rússia

"Mas os procedimentos jurídicos são muito complicados", acrescentou Dmitri Peskov ao canal Dojd.

No ano passado, a Rússia aprovou uma lei proibindo a adoção de crianças russas por americanos a partir de 2013, em represália a uma lei americana que sanciona líderes russos responsabilizados pela morte na prisão em 2009 do advogado russo Sergueï Magnitski.

Em janeiro, cerca de 20.000 russos já haviam protestado contra esta lei russa.

bur-as-lap/mr/mr

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