Morales substitui chefe nacional da polícia por fuga de ex-assessor de Humala

La Paz, 26 mai (EFE).- O presidente da Bolívia, Evo Morales, substituiu nesta terça-feira o comandante da polícia, general Luis Cerruto Miranda, pela fuga do empresário peruano Martín Belaúnde Lossio, que cumpria prisão domiciliar em La Paz à espera de sua extradição ao Peru, onde é acusado de corrupção. Cerruto, que estava há cinco meses no cargo, foi substituído pelo general Edgar Ramiro Téllez, que prestou juramento hoje como novo comandante da polícia diante do presidente em um ato no palácio do governo. Morales, que cobrou do novo comando policial que encontre o foragido, reiterou suas críticas à polícia, principalmente contra o grupo de agentes encarregados de vigiar o empresário peruano, a quem o líder chamou de "criminoso confesso" por ter fugido. O governante denunciou que esses policiais recebiam diariamente dinheiro de Belaúnde, que cumpria prisão domiciliar em La Paz. "Se recebem uma espécie de suborno diário, já podemos imaginar. Estão a serviço do corrupto ou estão a serviço do Estado? A quem obedecem, à sua instituição, ao Estado ou a um criminoso?", questionou. Belaúnde Lossio, assessor do presidente peruano, Ollanta Humala, na campanha eleitoral de 2006, escapou domingo de madrugada da casa onde estava detido em La Paz pouco depois que sua pronta extradição ao Peru ser anunciada, onde ele é acusado de corrupção. O empresário é acusado em seu país de favorecer empresas particulares em contratos com o Estado em governos regionais para obter benefícios econômicos pessoais. A fuga de Belaúnde já provocou a renúncia do ministro do Interior, Hugo Moldiz, que foi substituída pelo senador governista Carlos Romero. Romero já havia sido ministro de interior na presidência de Evo Morales, mas renunciou ao cargo para se candidatar ao senado pelo governista Movimento ao Socialismo (MAS) em outubro do ano passado. Morales ratificou a necessidade de reformar a polícia e exigiu que o novo comandante encontre Belaúnde. "Irmão comandante, o senhor, com toda sua equipe, tem a obrigação de encontrar o paradeiro deste delinquente. É uma obrigação, é uma missão, é a responsabilidade da instituição", disse. EFE gb/cd (foto)