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Na Arábia Saudita, a paixão por camelos não tem preço

Internacional|

Suliman al Assad. Riad, 24 mai (EFE).- A paixão dos sauditas pelos camelos é tanta que milhões de dólares são gastos pelos exemplares mais bonitos em festivais e concursos, nos quais o conceito da beleza se resume a um pescoço esbelto, vasta pelagem e largos quadris. A "camelomania" é tão estendida na Arábia Saudita que cada tribo organiza seu próprio festival dedicado a esse animal, em um negócio que movimenta grandes somas de dinheiro. Um desses festivais é o de Um Raqiba, uma zona desértica no norte do país onde todos os anos acontece uma mostra de 40 dias em que os camelos são os grandes protagonistas. Milhares de amantes desses animais, procedentes de diferentes países do Golfo Pérsico, viajam a Um Raqiba durante esse período para visitar o complexo que abriga os leilões e também um concurso, além de grandes banquetes. "O objetivo do festival não é apenas mostrar a beleza dos camelos, mas, além disso, é um mercado onde são vendidos os melhores animais por milhões de riales", explica à Agência Efe Faiçal al Uteibi, que nunca perde eventos deste tipo. O festival atrai todos os anos milionários empresários árabes que pagam até US$ 5 milhões por um camelo. De fato, em sua última edição, em janeiro passado, cinco mil animais foram vendidos pelo valor total de US$ 530 milhões, segundo o jornal "Al Riad". Em 2000, a paixão pelos camelos levou um grupo de donos desses animais a organizar durante o festival um concurso de beleza para escolher o mais belo exemplar. A ideia de organizar a competição foi de um dos filhos do fundador do reino wahhabista, o príncipe Mashaal bin Abdelaziz, que decidiu patrocinar o festival de Um Raqiba, no qual o vencedor do concurso leva o prêmio "Rei Abdelaziz". Segundo Abdullah el Subei, que leva seus camelos a várias competições deste tipo, a beleza do animal depende do comprimento e da finura do pescoço, da abundância dos pelos, da largura dos quadris e de outras características relacionadas com os lábios e os olhos. "Para mim, os camelos paquistaneses são os mais belos, e alguns comerciantes tentam obter uma espécie de mistura entre o paquistanês e o árabe", explicou à Efe Subei. Nos concursos de beleza, cada exemplar deve desfilar diante de um comitê de 20 jurados, acompanhado do seu proprietário e com um sinal em seu corpo para distingui-lo dos demais. Para que seu corpo possa ser bem avaliado, o camelo não pode levar nenhum tipo de adorno. O festival "Rei Abdelaziz" inclui 15 prêmios por categorias, nas quais os animais competem segundo a cor de sua pelagem, e os campeões levam entre US$ 26 mil e US$ 52 mil. No entanto, às vezes os sauditas levam os festivais de camelos tão a sério que ocorrem brigas e inimizades entre as tribos. Este ano, cerca de 20 pessoas foram detidas por estarem armadas, após uma confusão entre membros de duas tribos. Por conta de brigas como essa e pelo dinheiro movimentado com a compra e venda dos camelos, há quem não veja competições e festivais deste tipo com bons olhos, argumentando que vale mais a pena destinar essas altas somas aos mais necessitados. EFE sa/pa/rsd

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