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Negociações para libertação do palestino-brasileiro em greve de fome avançam

Ele também quer garantir o direito de ser repatriado em segurança para o Brasil

Internacional|Da Agência Brasil

Islam Hamed foi preso pela primeira vez em 2002
Islam Hamed foi preso pela primeira vez em 2002 Islam Hamed foi preso pela primeira vez em 2002

As negociações para a libertação do palestino-brasileiro, Islam Hamed, que há 26 dias está em greve de fome, estão avançando. As informações são do embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Alzeben. "Em primeiro lugar, a resposta de Israel era negativa, agora Israel promete estudar o caso. Estamos tratando o máximo possível, sabendo muito bem que a solução está nas mãos de Israel”, disse Ibrahim em entrevista à EBC. A greve de fome teve início no dia 11 de abril porque um ano e oito meses depois de ter cumprido a pena definida pelo governo palestino, Islam segue preso. Além de exigir sua libertação, ele também quer garantir o direito de ser repatriado em segurança para o Brasil.

Com 30 anos de idade, Hamed foi preso pela primeira vez aos 17 anos pelas autoridades de Israel, por atirar pedras em soldados. Desde então, nunca mais conseguiu ter uma vida normal. Foi condenado a cinco anos de prisão. Cumpriu a pena, ficou nove meses em liberdade e foi preso pela segunda vez, na chamada detenção administrativa, modalidade em que, apesar de não haver acusações concretas, as pessoas podem ser mantidas presas por oferecer perigo à segurança de acordo com a avaliação de Israel. Essa segunda prisão durou dois anos. Em 2010, Islam retomou sua atuação política de oposição ao governo palestino e meses depois, foi preso pela terceira vez, agora pelas autoridades palestinas.

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Apesar de Islam estar preso na Palestina, a região é um território ocupado por Israel que controla toda a movimentação interna no país. Apenas para sair de Nablus, onde ele está preso, até a cidade de Ramala, onde ficam o escritório da Representação Brasileira e a casa da família, é preciso passar por quatro checkpoints, bases de controle militar israelenses que determinam quem pode e quem não pode fazer o trajeto. Além do controle interno, Israel também controla as fronteiras do território palestino, determinando quem entra e quem sai do País.

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A negociação com Israel se faz necessária não apenas pelo controle do trajeto, mas porque, uma vez liberado da prisão palestina, Hamed poderia voltar a ser preso a qualquer momento, dessa vez pelo governo Israelense, já que, segundo o governo da Palestina, ele teria “pendências” junto ao governo de Israel.

A EBC entrou em contato com o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Israel e, segundo o porta-voz do ministério, Alon Lavi, o envolvimento de Israel no caso seria uma questão política : “se ele está prisão em Nablus [de controle palestino] agora vocês tentam nos envolver? É um pouco estranho. É claro que isso é propaganda palestina contra Israel”, explicou. Até o fechamento da matéria, o porta-voz israelense não informou quais seriam as supostas “pendências” de Islam.

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As negociações para libertação e repatriação do brasileiro, que é casado e tem um filho, também envolvem o governo brasileiro. Faz parte das negociações, a recomendação de que ele seja acompanhado por autoridades brasileiras durante todo o trajeto até a chegada ao avião que o trará para o Brasil: “A hora de entregá-lo à família, obviamente será com a presença das autoridades brasileiras e com a garantia de que, cruzando todos esses trajetos até a chegada ao avião, não aconteça nada de ruim para ele. Isso é para garantir a segurança. Para que ele possa sair no avião salvo, sadio, tranquilo, sem assédio, sem ser agredido e que não passe nada ruim para ele”, explicou o embaixador palestino.

Segundo a assessoria de imprensa do Itamaraty, a representação brasileira na Palestina está acompanhando o caso de perto com visitas consulares constantes. A última delas, realizada nessa terça-feira (5). Islam segue ingerindo apenas líquidos e recebe visitas diárias de um médico palestino. Seu quadro de saúde é considerado estável. No entanto, a assessoria não tinha informações sobre o andamento das negociações junto ao governo palestino e não soube dizer se existe alguma interlocução com o governo de Israel.

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