Neonazista Stephan Ernst admitiu ter disparado contra Walter Lübcke
RONALD WITTEK/ EPA/ EFE/ 02.07.2020Um homem de 46 anos, ligado a grupos de neonazistas, confessou nesta quarta-feira (5) ter matado no ano passado Walter Lübcke, ex-presidente da região administrativa de Kassel, no centro da Alemanha, e integrante do partido União Democrata-Cristã (CDU), também da chanceler do país, Angela Merkel.
Stephan Ernst admitiu, em julgamento realizado no tribunal de Frankfurt, ter sido o autor do disparo que matou o político, no dia 1º de julho de 2019. A vítima foi assassinada dentro da própria casa.
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O réu pediu desculpas para a família de Lübcke, sobre o que classificou como um "erro indescritível", que foi cometido por impulso de "falsas ideologias".
"O que fizemos, não tem e não terá desculpas", afirmou Ernst, que apontou a participação de outro réu, identificado como Markus H., que está sendo acusado como cúmplice e como o responsável por fornecer a arma do crime ao autor.
Lübcke era um político local que havia se destacado pela defesa da acolhida de refugiados, enquanto cresciam as críticas, mesmo entre aliados conservadores de Merkel, a fechar as fronteiras do país durante a crise migratória de 2015.
A morte do ex-presidente da região administrativa de Kassel gerou um alerta sobre a violência dos grupos de extrema-direita, em ano que havia crescido em 20% o número de crimes com motivação política na Alemanha.
Ernst é acusado de ir até a casa de Lübcke com o propósito de assassiná-lo e de ter cometido o crime à queima-roupa, após reconhecer o político da CDU sentado na varanda.
O autor confesso e o suposto cúmplice, em outubro de 2015, participaram de um ato em que a vítima defendeu a linha de Merkel sobre o acolhimento de refugiados, segundo o Ministério Público local. A partir disso, Lübcke sofreu diversas ameaças até ser morto.