Obama discursou em ginásio esportivo na cidade de Nairobi
ReutersO presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou neste domingo (26) que no século 21 "não há espaço" para aquelas tradições que, em muitas partes do mundo, seguem "oprimindo" e considerando as mulheres "cidadãos de segunda classe".
Em discurso em um pavilhão esportivo de Nairóbi, Obama pediu o fim das práticas que violam os direitos da mulher no mundo todo.
— Ao redor do mundo, há uma tradição de oprimir às mulheres. Não há espaço para isto no século 21.
As violações dos direitos das mulheres, com práticas tão abusivas como a mutilação genital ou os abusos, estão muito estendidas no Quênia e vários países africanos, onde Obama acredita ser necessário lutar pela igualdade de gênero.
— Maridos batendo nas mulheres, crianças que não vão à escola, casamentos forçados... são tradições. Considerar as mulheres cidadãos de segunda classe. São tradições que precisam mudar.
Segundo o presidente americano, as estatísticas refletem que as comunidades que dão as mesmas oportunidades a suas filhas são mais bem-sucedidas.
— As mulheres instruídas tem mais probabilidades de educar filhas instruídas.
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Obama é conhecedor das tradições e da situação da mulher no Quênia, onde nasceu seu pai.
— Cada país e cada cultura tem tradições que são únicas, mas só por ser algo do passado não significa que seja certo.
O presidente dos Estados Unidos se referiu, neste sentido, ao debate provocado em seu país sobre a bandeira confederada, adotada pelos Estados do sul para defender a escravidão.
— Cada vez mais americanos se dão conta que essa bandeira deveria desaparecer, embora seja uma tradição.
Obama conclui hoje sua primeira visita como presidente ao Quênia, para onde viajou em outras ocasiões, após ter pedido mais investimentos na África e ter fechado acordos em matéria de segurança e cooperação com o presidente queniano, Uhuru Kenyatta.
O presidente americano viajará nesta tarde à Etiópia, país no qual pisará pela primeira vez, antes de finalizar um visita que lhe levou pela quarta vez à África desde que chegou ao poder.
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