O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, vai esperar a reação da Rússia para tomar alguma decisão
APO presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, optou por aguardar em silêncio o referendo na Crimeia, cuja realização não conseguiu evitar apesar de todos os esforços diplomáticos dos últimos dias, e vai esperar a reação russa à consulta para decidir sobre os próximos passos que seu governo tomará, e que poderiam incluir duras sanções contra a Rússia.
Obama não deixou de falar praticamente nenhum dia desta semana sobre o referendo que a república autônoma ucraniana da Crimeia realizará neste domingo (16), sobre sua reunificação com a Rússia e considerado pelos EUA e por seus aliados na Europa "ilegal". Neste sábado (15) a equipe de segurança nacional do presidente voltou a se reunir na Casa Branca para analisar a crise na Ucrânia e, embora Obama não estivesse presente, se mantém "regularmente informado" dos últimos eventos, de acordo com um alto funcionário.
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A embaixadora Samantha Power fez uma representação dos EUA na ONU em que criticou duramente a Rússia após o veto no Conselho de Segurança a uma proposta de resolução ocidental contra o referendo da Crimeia.
— A Rússia tem poder de vetar a resolução, mas não pode vetar a verdade.
Dos 15 membros do Conselho de Segurança da ONU, 13 apoiaram o texto apresentado pelos Estados Unidos e respaldado por toda a UE (União Europeia) e outros países como Japão e Turquia, enquanto a Rússia exerceu seu direito ao veto e a China se absteve.
Power destacou que o resultado da votação demonstra que a Rússia está "isolada, sozinha e equivocada", e acusou o Kremlin de ignorar as leis internacionais e de basear todos os seus argumentos em falsidades. A Rússia "está sozinha" em sua recusa de reconhecer "a soberania da Ucrânia", comentou na mesma linha no Twitter o assessor adjunto de segurança nacional de Obama, Ben Rhodes.
A Casa Branca não emitiu nenhuma declaração sobre a entrada de tropas russas no sul da Ucrânia denunciada por Kiev, mas a embaixadora Power alertou que, caso seja confirmada, representaria "uma escalada escandalosa" da crise.
Já em Kiev, um grupo bipartidário de oito senadores americanos, que viajou para mostrar seu apoio ao governo interino da Ucrânia, prometeu sanções econômicas se o Kremlin não der marcha a ré nesta crise e lançou duros ataques contra o presidente russo, Vladimir Putin.
"Há uma única pessoa responsável desta agressão e é Vladimir Putin. Se houver mais derramamento de sangue também será a única pessoa à qual cobrar a conta", advertiu o senador republicano por Wisconsin Ron Johnson.
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Os senadores John McCain (republicano pelo Arizona) e Dick Durbin (democrata por Illinois) se pronunciaram a favor de que os EUA avaliem o envio de armas para apoiar as tropas ucranianas. Sobre o apoio econômico ao país, o debate no Congresso americano sobre participar ou não de um plano de ajuda à ratificação da reforma do sistema de cotas do FMI arrefeceu o avanço das discussões do envio de um pacote de US$ 1 bilhão (cerca de R$ 2,35 bilhões) para a Ucrânia, cuja aprovação é improvável antes do fim do mês.
Na semana passada, Obama aprovou, por uma ordem executiva, sanções contra funcionários e indivíduos, alguns deles russos, "responsáveis ou cúmplices na ameaça à soberania e à integridade territorial" ucranianas. E seu secretário de Estado, John Kerry, em uma audiência no Congresso americano afirmou que, se a Rússia não abandonar suas intenções de anexar a Crimeia após o referendo, UE e EUA responderão com medidas "muito sérias" na própria segunda-feira (17).
As sete grandes potências integrantes do G7 (Japão, Canadá, França, Estados Unidos, Itália, Alemanha e Reino Unido) se dispõem a expulsar a Rússia do G8 por causa de seu papel no conflito da Ucrânia, publicou a revista alemã Der Spiegel, que usou como fonte círculos governamentais de Berlim.
A proposta vem do governo britânico, que se dispõe a organizar um encontro em Londres do G7 alternativo à cúpula do G8 prevista para acontecer na cidade russa de Sochi. Enquanto isso, o vice-presidente dos EUA, Joe Biden, viajará para Polônia e Lituânia na segunda-feira(17) para abordar com os líderes desses países e os de Estônia e Letônia como apoiar a soberania e integridade territorial da Ucrânia em meio à crise com a Rússia.