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Ocidente prepara sanções e Rússia acelera tomada da Crimeia

Internacional|

Por Andrew Osborn e Lina Kushch

SEBASTOPOL/DONETSK, Ucrânia, 14 Mar (Reuters) - Dezenas de russos envolvidos na tomada gradual da Crimeia estão prestes a sofrer na segunda-feira sanções dos Estados Unidos e da União Europeia, de proibição de viagens e congelamento de bens, depois que seis horas de conversações sobre a crise entre Washington e Moscou terminaram com ambos os lados ainda distantes.

O governo russo enviou mais tropas e blindados para a Crimeia nesta sexta-feira e repetiu sua ameaça de invadir outras partes da Ucrânia em resposta à violência em Donetsk, na quinta-feira à noite, apesar das exigências de recuo feitas por países ocidentais.

Diplomatas da UE vão escolher entre 120 e 130 russos os possíveis alvos de sanções no domingo, quando as autoridades pró-Moscou que tomaram o poder em Crimeia vão realizar uma votação sobre a unificação da região à Rússia, no pior embate Leste-Oeste desde a Guerra Fria.

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Vários diplomatas descartaram a informação de um jornal alemão, segundo qual a lista deve incluir os dirigentes das duas maiores empresas da Rússia, as gigantes de energia Gazprom e Rosneft.

O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, disse que a Rússia seria responsabilizada pela anexação ilícita da Crimeia se seu Parlamento ratificar o referendo crimeio que será realizado depois da ocupação da região por tropas russas e não dá aos eleitores a possibilidade de dizer "não".

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Ele advertiu o governo russo de que as sanções dos EUA e da UE poderão ser impostas logo na segunda-feira se o referendo for adiante, embora as autoridades norte-americanas tenham deixado claro, após a reunião de Kerry com o chanceler russo, Sergei Lavrov, em Londres, na sexta-feira, que a porta ainda está aberta para mais negociações.

Lavrov minimizou as ameaças do seu próprio ministério, dizendo que a Rússia não tem planos de invadir o leste da Ucrânia, onde a maioria dos habitantes fala russo e grupos pró- Moscou ocuparam prédios públicos.

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Mas ele afirmou que a Rússia vai respeitar o resultado do referendo na Crimeia.

AÇÕES EM QUEDA

O valor das ações caiu no mercado russo e o custo do seguro de sua dívida disparou no último dia de negociação antes da votação na Crimeia.

Houve queda também esta semana do total de títulos do Tesouro dos EUA em posse de estrangeiros, o que levou alguns traders a especular que a Rússia reduziu as suas reservas em dólares para apoiar o rublo e se resguardar para possíveis sanções.

Um diplomata da UE disse prever que a lista final dos que devem ser sancionados na segunda-feira inclua os nomes de "dezenas e dezenas" tirados de uma longa lista de até cinco páginas.

Segundo o jornal Bild, da Alemanha, Alexei Miller, executivo-chefe do monopólio estatal de gás natural Gazprom GAZP.MM, e Igor Sechin, diretor da maior empresa petrolífera da Rússia, a Rosneft ROSN.MM, estariam entre os alvos, além de ministros e assessores do Kremlin.

A Reuters não pôde confirmar de imediato a reportagem do Bild e diplomatas europeus disseram que a escolha ainda não foi feita e é improvável que inclua líderes empresariais.

"Os negócios não são um alvo inicial, o foco está na decisão política de agir na Crimeia e desestabilizar a Ucrânia", disse um diplomata envolvido nas negociações.

O porta-voz da Rosneft, Mikhail Leontiev, disse que a imposição de sanções ao dirigente da empresa seria "estúpido, mesquinho e, acima de tudo, uma óbvia sabotagem de si mesmos."

"Acho que vai afetar principalmente os parceiros de negócios da Rosneft no Ocidente, de uma forma extraordinária", declarou. A Gazprom e o Kremlin não quiseram comentar.

O Ministério das Relações Exteriores russo, em resposta à morte de pelo menos um manifestante na cidade de Donetsk, no leste da Ucrânia, repetiu a declaração do presidente Vladimir Putin sobre o direito de invadir para proteger os cidadãos russos e os "compatriotas".

"A Rússia está ciente de sua responsabilidade para com a vida dos compatriotas e concidadãos na Ucrânia e se reserva o direito de tomar as pessoas sob sua proteção", disse o ministério, aludindo ao que diz serem ameaças de novos líderes pró-ocidentais da Ucrânia.

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