A ONU informou na sexta-feira que espera até meio milhão de afegãos podem fugir do país em 2021, embora nenhum êxodo tenha sido relatado até agora.
“Em termos de números, estamos nos preparando para cerca de 500 mil novos refugiados na região. Este é o cenário mais pessimista”, disse Kelly Clements, Alta Comissária Adjunta da Agência das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), ao apresentar o plano regional. Intervenção para refugiados afegãos
Clements destacou que a situação no país evolui mais rapidamente do que estava sendo esperado. No início de agosto, levou apenas 10 dias para o Talibã conquistar as principais cidades afegãs, chegar à capital Cabul e assumir o controle do país.
A ACNUR fez um apelo para os países da região para que deixem suas fronteiras abertas para receber refugiados do Afeganistão.
O prazo acertado com o Talibã para a retirada de estrangeiros e afegãos acaba em 31 de agosto. Até o momento, mais de 100 mil pessoas foram embarcadas em aeronaves militares para deixar Cabul e fugir do grupo extremistas.
Como o atentado em Cabul colocou os EUA e o Talibã no mesmo lado
Após os ataques de homens-bomba nos arredores do aeroporto na quinta-feira (26), diversos países europeus anunciaram que não encerrar as operações de retirada de civis do país. As explosões mataram pelo menos 85 pessoas, sendo 13 militares norte-americanos, e, até o momento, foram contabilizados 160 feridos.
A situação no país ficou mais tensa nas últimas 24 horas e o presidente norte-americano, Joe Biden, fez um pronunciamento prometendo "caçar" os responsáveis pela ação terrorista. O Estado Islâmico K, uma vertente do grupo no Afeganistão e considerado rival do Talibã, assumiu a autoria.
Afeganistão: explosões deixam mortos e feridos em Cabul
Duas explosões nos arredores do aeroporto de Cabul, no Afeganistão, deixaram centenas de mortos e feridos durante operações de retirada de civis do país que foi dominado pelo Talibã no dia 15 de agosto