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Países do G7 anunciam novas e pesadas sanções contra 'máquina de guerra' russa

Novas proibições restringem as exportações da Rússia de alumínio, diamantes, cobre e níquel

Internacional|

Líderes mundiais posam na ilha de Miyajima, na cidade de Hatsukaichi. Da esquerda para a direita: Emmanuel Macron (França), Fumio Kishida (Japão), Joe Biden (EUA), Olaf Scholz (Alemanha) e Rishi Sunak (Reino Unido)
Líderes mundiais posam na ilha de Miyajima, na cidade de Hatsukaichi. Da esquerda para a direita: Emmanuel Macron (França), Fumio Kishida (Japão), Joe Biden (EUA), Olaf Scholz (Alemanha) e Rishi Sunak (Reino Unido) Líderes mundiais posam na ilha de Miyajima, na cidade de Hatsukaichi. Da esquerda para a direita: Emmanuel Macron (França), Fumio Kishida (Japão), Joe Biden (EUA), Olaf Scholz (Alemanha) e Rishi Sunak (Reino Unido)

Novas sanções de Estados Unidos, Reino Unido e União Europeia (UE) contra a "máquina de guerra" russa foram anunciadas, nesta sexta-feira (19), como parte de um aumento da pressão sobre Moscou pelo G7, informaram fontes oficiais poucas horas antes do início de uma reunião do grupo na cidade de Hiroshima, no Japão.

Todos os Estados que integram o G7 preparam novas medidas, e os Estados Unidos contribuem com um pacote de sanções que "tornarão ainda mais difícil para a Rússia alimentar sua máquina de guerra", afirmou um alto funcionário da Casa Branca.

Concretamente, os Estados Unidos vão proibir as exportações americanas para 70 entidades na Rússia e em outros países. Também vão aplicar 300 sanções contra diversos alvos, "indivíduos, organizações, embarcações e aeronaves", na Europa, na Ásia e no Oriente Médio.

Por sua vez, o premiê britânico, Rishi Sunak, anunciou que o G7 aplicará sanções contra o setor de mineração russo — com proibições à importação de alumínio, diamantes, cobre e níquel.

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"Como mostram as sanções anunciadas hoje [sexta-feira], o G7 continua unido diante da ameaça da Rússia e firme em nosso apoio à Ucrânia", declarou Sunak em Hiroshima.

Pouco depois, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, anunciou que a UE também vai impor restrições ao comércio de diamantes russos, que é avaliado de 4 bilhões a 5 bilhões de dólares anuais (entre R$ 20 bilhões e R$ 25 bilhões) e é uma importante fonte de receita para o Kremlin.

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Os países ocidentais adotaram uma série de sanções sem precedentes contra a Rússia desde a invasão da Ucrânia, em fevereiro de 2022, com o objetivo de afetar economicamente aquele país, ao reduzir a receita gerada pelo petróleo e desorganizar sua indústria de defesa. Sua preocupação, agora, é impedir que a Rússia consiga driblar as sanções, e as medidas americanas mais recentes também têm como objetivo diminuir o risco de que isso ocorra.

Os Estados Unidos buscam "pressionar o setor financeiro russo e a capacidade russa de produção de energia em médio e longo prazos", ressaltou a fonte da Casa Branca. Trata-se, também, de "manter o congelamento dos ativos soberanos" russos.

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CHEGADA DOS LÍDERES

Os líderes do G7 começaram a desembarcar no Japão nesta quinta-feira (18) para a reunião de cúpula em Hiroshima, que pretende debater sanções mais severas contra a Rússia e avaliar medidas de proteção diante da "coerção econômica" da China.

O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, recebe os chefes de governo das outras seis economias mais industrializadas do mundo (Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália e Reino Unido) em Hiroshima, cidade-símbolo da destruição nuclear. O presidente Lula, convidado ao evento pelo Japão, chegou a Hiroshima na madrugada de sexta-feira (tarde de quinta-feira em Brasília).

Na reunião de cúpula desta sexta-feira, os líderes tentarão estabelecer uma frente unida diante da Rússia e China. Também vão discutir outras questões urgentes, mas que não geram consenso no grupo.

A reunião contará com a presença de representantes da União Europeia (UE). Além de Lula, o Japão convidou os governantes de Índia e Indonésia, entre outros países, para tentar uma aproximação do G7 com as nações em desenvolvimento nas quais a China faz grandes investimentos.

Manifestantes anti-G7 protestam nas ruas de Hiroshima nesta sexta (19)
Manifestantes anti-G7 protestam nas ruas de Hiroshima nesta sexta (19) Manifestantes anti-G7 protestam nas ruas de Hiroshima nesta sexta (19)

O Brasil retorna a um encontro do G7 depois de 14 anos. A última vez havia sido com o próprio petista, em 2009.

De acordo com agenda divulgada pelo Palácio do Planalto, Lula terá sessões de trabalho com os líderes dos países presentes na cúpula e também manterá uma agenda intensa de encontros bilaterais nos três dias do evento com o presidente francês, Emmanuel Macron, o chanceler alemão, Olaf Scholz, e o premiê japonês.

Paralelamente à reunião de cúpula, Lula conversará com empresários e banqueiros japoneses.

O presidente americano, Joe Biden, desembarcou em Hiroshima nesta quinta-feira e se tornou o segundo chefe de Estado do país, depois de Barack Obama, a visitar a cidade que foi destruída por uma bomba atômica lançada pelos americanos em 1945.

"Nós sustentamos valores compartilhados, incluindo o apoio ao povo da Ucrânia, que defende seu território soberano, e a responsabilidade da Rússia por sua agressão brutal", disse Biden durante uma reunião com Kishida.

O presidente ucraniano, Volodmir Zelensky, deve se dirigir ao grupo por videoconferência.

O chefe de governo da Alemanha, Olaf Scholz, disse que o tema é evitar que as sanções sejam contornadas.

SOMBRA NUCLEAR

As ameaças reiteradas de Putin de usar armas nucleares foram condenadas pelo G7 e minimizadas por alguns analistas, que consideram o discurso uma tentativa de minar o apoio internacional à Ucrânia.

A visita dos líderes ao Parque Memorial da Paz de Hiroshima na sexta-feira destacará o tema. O local é uma recordação do ataque com uma bomba nuclear de 1945, que destruiu a cidade e matou quase 140 mil pessoas.

Espera-se que as conversas sobre a China se concentrem nos esforços para proteger as economias do G7 mediante uma diversificação das redes de abastecimento e dos mercados.

Em suas disputas com países como Austrália e Canadá, o presidente chinês, Xi Jinping, mostrou-se disposto a bloquear ou desacelerar o comércio e a estabelecer a cobrança de tarifas sem anúncio prévio e sem apresentar explicações.

Os Estados Unidos adotaram uma postura agressiva ao bloquearem o acesso da China aos semicondutores mais avançados. Mas os países europeus, em particular Alemanha e França, querem assegurar que as medidas não impliquem o rompimento dos vínculos com a China, um dos maiores mercados do mundo.

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