"Minha porta está sempre aberta", disse o pontífice, ao desembarcar hoje em Roma
R7O papa Francisco afirmou nesta terça-feira (25) que não exclui a possibilidade de iniciar um diálogo com o grupo extremista EI (Estado Islâmico, ex-Isis), responsável por decapitar reféns ocidentais.
O EI tenta estabelecer um califado no norte da Síria e do Iraque e, para isso, adota métodos controversos, como sequestros e mutilações.
"Nunca dou algo por perdido. Não sei se é possível falar com o Estado Islâmico, mas nunca fecho a porta. Minha porta está sempre aberta", disse o pontífice, ao desembarcar hoje em Roma, após uma visita de um dia a Estrasburgo, na França.
Mais cedo, Francisco fez um discurso no Parlamento Europeu, no qual criticou o silêncio de muitos membros da comunidade internacional enquanto "pessoas são objetos de bárbara violência: caçadas em suas próprias casa e pátrias, vendidas como escravos, mortas, decapitadas, crucificadas e queimadas vivas".
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Em diversas ocasiões neste ano, o papa fez apelos para que a comunidade internacional dê respostas aos atos de terrorismo que atingem principalmente o Oriente Médio.
Alguns religiosos chegaram até a alertar que as declarações do papa poderiam colocá-lo em risco, entrando na mira dos extremistas. Em setembro, o embaixador iraquiano na Santa Sé, Habeed al Sadr, afirmou que era necessário dobrar a segurança de Francisco.
O Vaticano, por sua vez, negou que exista qualquer ameaça.
Entre os próximos dias 28 e 30, o papa fará uma viagem oficial à Turquia, onde visitará as cidades de Ancara e Istambul. Até o momento, não se sabe se a segurança de Francisco será reforçada.
Durante seu vôo de regresso à Itália, Francisco também anunciou que fará uma viagem pastoral à França, mas que ainda não há datas definidas.
"A viagem não foi definida. Porém, irei a Paris e depois tenho um convite para visitar Lourdes", contou, em uma conversa com jornalistas, dentro do avião.
Questionado sobre seu discurso no Parlamento, o papa disse também que se "preocupa com a Europa" e que é preciso incentivar os jovens na política.
— Conversando com os jovens políticos, percebi que eles falam em um tom diferente. Não têm medo de sair de onde pertencem, sem traições, para dialogar. Devemos admirá-los. A Europa precisa disso.