Parlamento sérvio respalda acordo para normalizar relações com o Kosovo

Belgrado, 26 abr (EFE).- O Parlamento da Sérvia apoiou nesta sexta-feira com uma grande maioria o acordo para a normalização das relações com o Kosovo, patrocinado pela União Europeia (UE), após seis meses de negociações. Depois de mais de dez horas de acalorado debate, apoiaram o relatório 173 deputados dos partidos no poder, da oposição e 24 se pronunciaram contra. A Câmara Baixa sérvia se reuniu em uma sessão extraordinária para debater o relatório do Governo sobre o diálogo com Pristina, previsto no acordo do último dia 19. Visto que a Sérvia não reconhece o Kosovo como Estado, o Parlamento não podia ratificar um documento sobre o acordo, mas sim aprovar um relatório sobre o transcurso das negociações no qual se incluísse seu resultado, que foi esse pacto. Ao início do debate, centenas de seguidores de organizações ultranacionalistas protestaram em frente ao Parlamento contra o acordo com Pristina. O acordo entre Sérvia e Kosovo foi conseguido após dez rodadas de difícil diálogo entre os primeiros-ministros sérvio, Ivica Dacic, e kosovar, Hashem Thaçi, patrocinado pela chefe da diplomacia da UE, Catherine Ashton. O compromisso tem 15 pontos, centrados principalmente na autonomia para os sérvios que vivem no Kosovo e nas competências que assumirá a comunidade de municípios com maioria sérvia. Ambas as partes se comprometem também a não bloquear seus respectivos acessos à UE. Os sérvios do norte do Kosovo, por sua vez, rejeitaram o acordo com Pristina por considerar prejudicial para seus interesses que a autonomia pactuada esteja sob a legislação kosovar, e anunciaram que não participarão de sua aplicação, embora as autoridades sérvias tentem pactuar com eles uma solução. Belgrado espera agora obter a data de início das negociações de ingresso na UE. Avançar no diálogo entre as duas partes foi uma condição exigida por Bruxelas para que Sérvia e Kosovo se encaminhem rumo à integração na comunidade de países. A Sérvia não reconhece a autoproclamada independência do Kosovo, que recebeu o apoio dos Estados Unidos e da maioria dos parceiros da UE, mas não da Rússia, China e de outros Estados. EFE sn/ma