Advogados de Ghosn se retiram de caso
Kyodo/via REUTERS - 23.5.2019Parte da equipe jurídica japonesa do ex-presidente da Nissan-Renault, o brasileiro Carlos Ghosn, acusado de irregularidades financeiras no Japão, renunciou nesta quinta-feira (16) a defesa do empresário, depois que sua fuga do país dificultou a realização do julgamento.
Tanto a equipe de advogados do escritório de Junichiro Hironaka, seu principal advogado, quanto o advogado Takashi Takano, que organizou a libertação do empresário em março do ano passado, renunciaram, conforme confirmado à Agência Efe por seus respectivos escritórios. No caso, ainda existem outros três advogados contratados por Ghosn, segundo a rede pública japonesa NHK.
A renúncia dos advogados japoneses de Ghosn foi conhecida no mesmo dia em que uma reunião preparatória para o julgamento foi realizada, que estava marcado para iniciar neste semestre, cuja realização está comprometida após a fuga do empresário do país.
A lei japonesa não permite que os réus sejam julgados à revelia (sem estarem presentes no tribunal) em casos como o de Ghosn. Portanto, seria impossível realizar tal julgamento no momento, e nenhuma decisão foi anunciada.
Os advogados de Ghosn acima mencionados estavam programados para participar da reunião de hoje onde explicariam a fuga do brasileiro e suas atividades enquanto estava sob fiança, mas não compareceram, de acordo com a imprensa local.
O escritório de Hironaka já havia impedido a tentativa de apreensão na semana passada pelo Ministério Público de um dos computadores usados por Ghosn durante esse período, por considerar que a entrega do mesmo violaria o segredo profissional entre advogado e cliente.
Carlos Ghosn fugiu clandestinamente do Japão para o Líbano (onde tem nacionalidade, além da brasileira e francesa) no final de dezembro, quando aguardava seu julgamento sob fiança.