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Pedro Castillo e Keiko Fujimori se aproximam do 2º turno no Peru

Após a apuração de mais de 90% dos votos, Castillo liderava, com 18,96% dos votos, seguido por Keiko, com 13,28%

Internacional|Da AFP

O professor da esquerda radical Pedro Castillo e a candidata da direita populista Keiko Fujimori caminhavam na segunda-feira (12) para o segundo turno das eleições presidenciais no Peru.

Após a apuração de mais de 90% dos votos pelo escritório nacional eleitoral (Onpe), Castillo liderava, com 18,96% dos votos, seguido por Keiko, com 13,28%. Os dois deverão voltar a se enfrentar em 6 de junho.

Os resultados oficiais após a apuração de todos os votos do primeiro turno não serão divulgados antes do começo de maio, segundo o presidente do Júri Nacional de Eleições (JNE). O novo governante assumirá o cargo em 28 de julho, com o desafio de superar a emergência de saúde, a recessão econômica profunda e uma crise política que levou o país a ter quatro presidentes desde 2018.

"A mudança e a luta estão apenas começando", proclamou Castillo, 51 anos, que saiu do anonimato em 2017 ao liderar milhares de colegas em uma prolongada greve nacional.

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Esse professor de escola rural começou a aparecer com possibilidades nas pesquisas e a se destacar entre os 18 candidatos há apenas uma semana, após percorrer silenciosamente o país e apresentar bom desempenho nos debates eleitorais na televisão.

A presença do candidato de esquerda no segundo turno foi celebrada pelo ex-presidente boliviano Evo Morales. Pedro Castillo venceu "com a nossa proposta", declarou Morales em Chapare.

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"Com Castillo, temos uma esquerda antiestablishment que é socialmente conservadora e rejeita a economia de livre mercado", disse o cientista político Carlos Meléndez, que antecipa uma "votação complicada", disse à AFP.

“Infelizmente fomos surpreendidos por Castillo e estamos, portanto, preocupados, mas ao mesmo tempo, também, vendo que o país está realmente dividido”, disse à AFP Rumi Cahuana, de 38 anos, de Lima.

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Sob a lupa do Ministério Público

Keiko Fujimori, 45, que disputa a presidência pela terceira vez - perdeu para Ollanta Humala em 2011 e para Pedro Pablo Kuczynski em 2016 - diz ter "muita fé" na confirmação de sua passagem para o segundo turno. Ele está sob o investigação do Ministério Público pelo escândalo da construtora Odebrecht, que afetou também quatro ex-presidentes peruanos. 

O MP, que se prepara para levá-la a julgamento, anunciou em 11 de março que pedirá uma pena de 30 anos de prisão para Keiko, pelos supostos crimes de "crime organizado, lavagem de dinheiro e obstrução da justiça". Se ela ganhar a presidência, só poderá ser levada a julgamento quando seu mandato de cinco anos terminar.

'Antivoto'

Entre Castillo e Fujimori se prevê "um segundo turno polarizado, disse o diretor da Ipsos no Peru, Alfredo Torres. "Ambos têm bastante antivotos. Há um sentimento anti-Fujimori em um setor da população e em outro há um sentimento anticomunista".

"O anticomunismo se deve à terrível experiência com [a guerrilha maoísta de] Sendero Luminoso [...] e, em certa medida, também se deve às evidências do fracasso do regime chavista na Venezuela", disse Torres à AFP. “No Peru, há 1 milhão de imigrantes venezuelanos, e isso é visto como um mau sinal pelos peruanos”, acrescentou. 

Mas também haverá um confronto geográfico, segundo o Meléndez: “A eleição deixa uma divisão Lima/litoral norte contra o resto do país andino e rural”.

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