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Peru vive mais uma semana de tensões sem novo presidente

Tribunal eleitoral ainda revisa atas contestadas por Keiko Fujimori, enquanto Pedro Castillo pede calma

Internacional|

Apoiadores de Castillo fazem manifestação no centro da capital peruana, Lima
Apoiadores de Castillo fazem manifestação no centro da capital peruana, Lima Apoiadores de Castillo fazem manifestação no centro da capital peruana, Lima

O Peru iniciou nesta segunda-feira (14) mais uma semana de incertezas e pressões sobre o Júri Nacional Eleitoral (JNE), que deve resolver as contestações eleitorais e proclamar o vencedor da votação de 6 de junho entre a candidata de direita Keiko Fujimori e o de esquerda Pedro Castillo.

Leia também: Castillo vence nas urnas, mas Fujimori pede recontagem de voto

Oito dias após as eleições, o JNE é criticado por Fujimori, enquanto o seu presidente, Jorge Luis Salas, avisa que a decisão das contestações leva "um tempo mínimo", sem dar uma data para divulgar o veredito.

Fujimori, que deve ir a julgamento por suposta lavagem de dinheiro se não ganhar a presidência, pediu ao JNE que anulasse os votos de centenas de assembleias e denunciou uma "fraude", embora para observadores da OAS a votação tenha sido limpa e "sem irregularidades graves".

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Castillo, por sua vez, pede "serenidade" a seus partidários, sentindo-se vitorioso.

O último cálculo do órgão eleitoral (ONPE) dá ao candidato de esquerda uma vantagem de 49 mil votos (50,14% contra os 49,86% de Fujimori) com 99,93% das urnas apuradas, então agora todo o processo depende do que for resolvido pelo JNE em relação aos pedidos de impugnação para proclamar o vencedor.

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“Há pessoas de extrema direita pedindo a anulação da eleição, mas isso quebraria a ordem democrática, porque todos sabemos que Castillo venceu", disse nesta segunda-feira à AFP o analista Hugo Otero.

Manifestações foram convocadas nesta segunda-feira de ambos os lados em Lima, umas para denunciar fraudes e outras para defender seus votos, semelhantes às registradas na semana passada.

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“Esta semana é crítica por vários fatores, a credibilidade do JNE e do ONPE está em questão, o que se somaria ao clima social e político contaminado por esta tensa e longa espera”, disse a analista e acadêmica Jessica Smith à AFP.

O JNE divulgou neste domingo a distribuição das 130 cadeiras no Congresso que acompanharão o futuro presidente, eleito paralelamente ao primeiro turno presidencial, no dia 11 de abril.

As maiores bancadas serão do partido Peru Libre, de Castillo (37 cadeiras), e Fuerza Popular, de Fujimori (24), o que significa que o novo presidente terá que buscar alianças para seus projetos (66 votos para aprovar uma lei) ou para se salvar da destituição, um processo muito rápido no Peru, para o qual são necessários 87 votos.

O novo presidente e o novo Congresso devem tomar posse em 28 de julho, dia em que o Peru comemora o bicentenário de sua independência.

Fujimori e sua causa judicial

Um promotor solicitou na quinta-feira a prisão preventiva de Fujimori, por supostamente violar as regras de sua liberdade condicional no caso de contribuições ilegais da gigante da construção brasileira Odebrecht. O pedido será decidido por um tribunal em 21 de junho.

O país vive uma turbulência política e chegou a nomear três presidentes em cinco dias em novembro de 2020.

A tensão se soma aos danos causados pela pandemia, que deixa 188 mil mortos no país com a maior taxa de mortalidade de covid-19 do mundo e que neste fim de semana ultrapassou dois milhões de infecções.

Fujimori disse no sábado que a "esquerda internacional está intervindo" no Peru, se referindo às saudações dos líderes latino-americanos a Castillo por sua "vitória", incluindo o presidente argentino Alberto Fernández, o boliviano Luis Arce e o vice-presidente nicaraguense Rosario Murillo.

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