Kiev, 21 nov (EFE).- O presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, propôs nesta sexta-feira que o chefe do Executivo interino, Arseni Yatseniuk, siga como primeiro-ministro da nova coalizão governamental resultante da vitória dos partidos europeístas nas eleições legislativas de outubro.
"Partindo da unidade das forças democráticas, espero que a coalizão aceite minha proposta de apresentar Arseni Yatseniuk a esse cargo (de primeiro- ministro)", declarou Poroshenko em mensagem à nação.
Yatseniuk, cujo partido, a Frente Popular, foi o segundo mais votado no pleito, lidera o governo desde a derrocada em fevereiro do presidente Viktor Yanukovich, agora exilado na Rússia.
No entanto, apesar de há poucos dias Yatseniuk ter proposto manter no cargo vários ministros de seu Executivo, Poroshenko insistiu hoje que "a composição do governo deve ser completamente renovada".
"Com o que não estou satisfeito é com a velocidade das reformas e o ritmo da luta contra a corrupção. Finalmente acabamos com a espiral corrupta. Mas essa é só a ponta do iceberg e o começo da luta", declarou.
Na opinião do presidente, "as reformas devem começar imediatamente" a fim de "conseguir gradualmente os níveis de vida europeus para que em 2020 possamos solicitar o ingresso na União Europeia".
"Precisamente sobre isso trata o acordo de coalizão. Pela primeira vez os partidos e deputados não repartiram os cargos, mas traçaram um detalhado plano de reformas no país. Esse deve ser o próximo passo da revolução", destacou.
O Bloco Petro Poroshenko, vencedor do pleito, a Frente Popular de Yatseniuk e outros três partidos assinaram hoje um pacto de coalizão que lhes permitirá contar com maioria constitucional no Legislativo da Ucrânia.
O objetivo da coalizão é introduzir as reformas estruturais exigidas pelo Ocidente e pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), já que disso depende a concessão de créditos para auxiliar a abatida economia ucraniana, que se contrairá este ano.
Além disso, graças à maioria constitucional (mais de 300 das 450 cadeiras do parlamento), o novo governo se propõe a emendar a Constituição.
"O governo deve estar forma em, no máximo, dez dias. Temos que continuar as negociações com o FMI e com nossos parceiros internacionais", ressaltou Yatseniuk após a assinatura do pacto alcançado durante a madrugada.
Hoje a Ucrânia lembrou o primeiro aniversário da explosão do movimento de protesto contra a decisão do governo de renunciar à associação com a União Europeia em favor de uma aproximação com a Rússia. EFE
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