Passageiros usaram máscaras de oxigênio durante a descida do avião
Reprodução / FacebookO voo da Southwest Airlines interrompido pela explosão de uma turbina e um pouso forçado no aeroporto da Filadélfia criou pelo menos quatro heróis. Além da comandante do avião, Tammy Jo Shults, que conseguiu colocar a aeronave no chão, três passageiros tentaram salvar Jennifer Riordan no momento mais aterrorizante do acidente: quando a janela ao lado dela se partiu com um estilhaço da turbina e ela foi sugada para fora do avião, a 9 mil metros de altitude.
O bombeiro Andrew Needum, o fazendeiro Tim McGinty e a enfermeira aposentada Peggy Williams conseguiram manter a calma e superar o medo para ajudar Jennifer em meio ao caos da turbina pegando fogo do lado de fora, as máscaras de oxigênio caindo e a manobra salvadora de Tammy Jo.
Riordan foi a única vítima fatal
Reprodução / FacebookNeedum e McGinty foram os responsáveis por evitar que Jennifer voasse para fora do avião. Eles a agarraram e puxaram Jennifer de volta para dentro da aeronave. Já Peggy tentou por 20 minutos reanimar a diretora de banco e mãe de duas crianças.
Os ferimentos, infelizmente, foram muito graves e Jennifer se tornou a única vítima fatal entre 149 pessoas que estavam no avião. Segundo legistas do Texas, ela morreu devido ao impacto muito forte do vácuo criado quando a janela se partiu. Ao ser sugada para fora da cabine, ela bateu diversas vezes a cabeça, o pescoço e o peito.
Momentos de desespero
O fazendeiro Tim McGinty estava ao lado de Jennifer Riordan no momento em que a janela estourou e ela foi puxada para fora pela despressurização da cabine. Em entrevista à imprensa norte-americana, ele relatou o que aconteceu.
"Alguém gritou, mas eu só percebi que a janela tinha quebrado quando vi a mulher sendo puxada para fora. Eu tentei puxá-la de volta, mas não consegui, foi quando Andrew apareceu do nada e me ajudou a trazê-la para dentro", contou McGinty.
Por sua vez, o bombeiro Andrew Needum disse que sentiu o que considerou um 'chamado' para se levantar da poltrona onde estava e ajudar a salvar a vida de Jennifer.
"Eu senti como um chamado para me levantar e fazer algo, para agir. Não sou diferente de nenhum outro bombeiro deste país. Por algum motivo, qualquer que seja ele, foi a minha vez de agir naquele dia", relembrou.
Tentativa de socorro
Depois que Jennifer Riordan foi puxada para dentro da cabine, a quarta heroína do voo se apresentou. A enfermeira aposentada Peggy Philips contou que decidiu, no primeiro instante, ficar sentada para não atrapalhar as pessoas no corredor da aeronave, mas que tudo mudou quando Beenum perguntou se alguém no voo tinha treinamento médico.
"Ouvi alguém gritando que precisavam de alguém que soubesse fazer massagem cardiorrespiratória. Nem tive tempo de pensar, me levantei e em seguida já estava ao lado da moça. Fizemos a massagem por 20 minutos, na verdade ainda estávamos fazendo quando o avião pousou. Fizemos todo o possível para salvar a vida dela, mas infelizmente ela não resistiu", disse.
Outros relatos
Foto feita por Joe Marcus mostra o motor destruído
Reprodução / Twitter - Joe MarcusPara quem não esteve envolvido na tentativa de salvar Jennifer Riordan, os 22 minutos entre a explosão do motor e o pouso do avião foram de caos e medo. O passageiro Joe Marcus contou o que viu à imprensa norte-americana.
"Ouvimos uma grande explosão e todos começaram a gritar. O avião inclinou um pouco e as máscaras de oxigênio começaram a cair. Foi tudo caótico, mas tentei ficar otimista no meio disso tudo. Tentei ver se alguém ao meu redor precisava de ajuda, mas no fim estava tudo nas mãos da piloto, só podia tentar fazer a minha parte", relatou.
Outro passageiro, Marty Martinez, chegou a fazer uma transmissão ao vivo pelo Facebook que mostrava o medo e o caos dentro da cabine do Boeing 737 da Southwest.
"Quando o avião finalmente parou, deu para ouvir um suspiro de alívio de todos que estavam lá. Claro, todo mundo começou a chorar de alegria. Me senti muito sortudo por ainda estar vivo", relembrou.