Ativistas pró-Rússia ocupam prédios oficiais há mais de dez dias na Ucrânia
AFPO prefeito da cidade ucraniana de Donetsk, Aleksandr Lukianchenko, afirmou na sexta-feira (18) que começaram as negociações com as milícias pró-Rússia que ocupam o edifício da prefeitura.
"Estamos dialogando", afirmou o dirigente para a imprensa local. Lukianchenko disse que se propõe aplicar o acordo alcançado ontem em Genebra entre Ucrânia, Rússia, Estados Unidos e a União Europeia que determina, entre outras coisas, o desarmamento das milícias irregulares pró-Rússia e o desalojamento dos edifícios públicos.
Moscou, que é acusado por Kiev de instigar a sublevação, prometeu cooperar para que os manifestantes abandonem as armas e se retirem dos prédios oficiais, que ocupam há mais de dez dias, o que deverá ser supervisionado por observadores internacionais.
Acordo é fechado para amenizar tensões
Duas mil pessoas manifestam em Donetsk por Ucrânia unida
No entanto, não está claro se os líderes da autoproclamada república popular de Donetsk aceitarão os termos do acordo de Genebra, que também contempla uma anistia para os manifestantes que participam da revolta no sudeste da Ucrânia.
Entre os ativistas pró-Rússia de Donetsk há divergência de opiniões sobre as condições para depor as armas e sair dos edifícios públicos, já que alguns exigem a libertação dos presos e outros exigem a renúncia do governo em Kiev.
Os manifestantes pedem também que o Setor de Direitas, a organização ultranacionalista que protagonizou os distúrbios em Kiev, deponha as armas, desmantelem o Maidan e se convoque um referendo sobre o modelo de Estado.
Por sua parte, o primeiro-ministro ucraniano, Arseni Yatseniuk, afirmou hoje que as autoridades de Kiev não têm "excessivas expectativas" de que o documento assinado ontem em Genebra desfaça a crise no país.
— A Rússia se viu obrigada a assinar a declaração e condenar o extremismo. Ao assinar a declaração a Rússia exigiu que os 'manifestantes pacíficos', armados com fuzis Kalashnikov e mísseis antiaéreos portáteis, se desarmem e entreguem as armas.
Também na sexta-feira, autoridades pró-Ocidente de Kiev prometeram a descentralização e um "status especial" para a língua russa com o objetivo de reduzir a tensão no leste do país.
"O governo ucraniano está disposto a realizar uma reforma constitucional de envergadura que dará amplos poderes às regiões. Damos um status especial à língua russa e garantimos a proteção desta língua", declarou o primeiro-ministro Arseni Yatseniuk em um discurso à nação ao lado do presidente interino Olexander Turchynov.