Os sete primeiros ônibus com refugiados do Oriente Médio saídos da Hungria chegaram neste sábado (5) à fronteira com a Áustria, informou a televisão pública austríaca "ORF". Os veículos, escoltados pela polícia húngara, pararam poucos metros antes da fronteira e dezenas de refugiados desceram para receber água e outros alimentos da Cruz Vermelha húngara.
Segundo a polícia, são esperados mais 50 ou 60 ônibus para as próximas horas, com os quais poderiam chegar a entre 800 e 3.000 refugiados, espalhados desde a segunda-feira em diferentes pontos do país vizinho. Os refugiados serão enviados do lado húngaro da fronteira para a estação de trem de Nikelsdorf, na Áustria, ou para um pavilhão de música próximo, o Nova Rock Halle, onde foi instalado há alguns meses um centro de acolhida para refugiados.
Segundo a agência de notícias austríaca "APA", a passagem fronteiriça de Nikelsdorf, no sentido da Hungria à Áustria, foi fechada hoje de forma temporária por razões de segurança. Os governos de Alemanha e Áustria concordaram ontem à noite a permitir a entrada ou a passagem das centenas de refugiados, em sua maioria provenientes de países em conflito, procedentes da Hungria, embora apenas como uma medida excepcional.
Áustria estima receber 10.000 refugiados do Oriente Médio que estão na Hungria
O anúncio foi feito pelo chanceler federal austríaco, Werner Faymann, após conversar com o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán. A decisão, coordenada com a chanceler alemã, Angela Merkel, foi tomada "pela situação de necessidade na fronteira húngara", segundo o chefe de governo austríaco. "Ao mesmo tempo esperamos da Hungria a disponibilidade para resolver os problemas que persistem de acordo com a distribuição justa de refugiados", disse Faymann.
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O chanceler austríaco se referiu assim à recusa do governo de Orbán a aceitar cotas obrigatórias em uma repartição de refugiados em toda a União Europeia, uma rejeição que compartilha com os governos de República Tcheca, Eslováquia e Polônia. Pela noite, o governo húngaro anunciou que colocaria à disposição cem ônibus para transferi-los até a fronteira, uma decisão que tinha sido aprovada pouco antes pelo parlamento.