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Prisão de serial killer mostra como nosso DNA pode 'cair na rede'

Polícia chegou a assassino usando informações genéticas publicadas por parentes distantes dele em um banco de dados online

Internacional|Fábio Fleury, do R7, com agências internacionais

Polícia usou testes de DNA para identificar Joseph DeAngelo como serial killer
Polícia usou testes de DNA para identificar Joseph DeAngelo como serial killer Polícia usou testes de DNA para identificar Joseph DeAngelo como serial killer

Na semana passada, a polícia de Sacramento, na Califórnia, anunciou a captura do chamado "assassino da Golden Gate". O ex-policial Joseph DeAngelo, 72, acusado de ser o criminoso que aterrorizou o estado por quase 40 anos, foi identificado por meio de registros genéticos em um banco de dados online, feitos por parentes distantes dele.

Com seu treinamento policial, ele tomava um imenso cuidado para não deixar impressões digitais nas cenas de seus crimes e, assim, passou quatro décadas sem ser pego pelos inúmeros crimes que cometeu, incluindo 12 assassinatos, 51 estupros e mais de 120 roubos a residências. Ele só não contava com o aperfeiçoamento dos testes genéticos.

No entanto, o que poderia ser uma grande vitória das autoridades pode incluir consequências com potencial para afetar um número incalculável de pessoas nos próximos anos. Isso porque uma pessoa que inscreva suas informações genéticas em um banco de dados semelhante pode expôr dados de seus familiares e descendentes, sem qualquer tipo de controle.

Alerta de privacidade

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Quem fez o alerta foi Erin Murphy, professora de direito da Universidade de Nova York. Em entrevista à revista Mother Jones, ela afirmou que quem toma a decisão de colocar suas informações genéticas em um site pode comprometer a privacidade por gerações.

"A primeira coisa que eu diria é que, não importa o site que você utilizar, é importante saber que você está tomando uma decisão que não é apenas pessoal. É uma decisão que pode afetar toda a sua família. Se 2018 nos ensinou algo, é que nada é realmente privado. Informações genéticas podem ser muito difíceis de controlar ou de apagar uma vez que sejam divididas. É bom não descuidar com isso", disse Murphy.

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Para ela, a questão da privacidade, especialmente com os recentes escândalos de roubos de dados de usuários do Facebook, tem de ser melhor pensada. Colocar dados genéticos em um site pode fazer com que as informações sejam abertas para sempre.

"Os sites têm vários avisos de que não podem garantir sua privacidade. Se afeta apenas a mim, é uma coisa. Mas se estou tomando uma decisão que afeta meu irmão, minha irmã, minha mãe, meu pai, meus filhos, todos os meus parentes, acho que é bem diferente. Não tenho a resposta de como lidar com isso, mas acho que é um problema sério. Uma pessoa pode abrir mão da privacidade genética de sua família inteira, por gerações. Pode causar problemas no futuro", alertou a professora.

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Sites de genealogia

Sites como o utilizado pela polícia da Califórnia em geral são utilizados por pessoas que querem descobrir suas origens familiares, traços em comum com parentes e até localizar parentes.

"Tem pessoas na minha família que amam coisas assim. Eu tenho muito interesse na genealogia dos meus laços familiares e das pessoas que conheço. Entendo perfeitamente porque as pessoas fazem esses testes. Muitas tecnologias deixam nossas vidas mais confortáveis e agradáveis, mas trazem enormes repercussões para a privacidade", analisou Erin Murphy.

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