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Protestos da "sexta-feira da raiva" no Egito deixam 83 mortos e mil detidos

Islamitas querem voltar ao poder; governo diz que enfrenta "um complô terrorista"

Internacional|

Ocorreram tiroteios com armas automáticas em diferentes bairros do Cairo, principalmente em torno da praça Ramsés, onde milhares de partidários da Irmandade Muçulmana estavam reunidos
Ocorreram tiroteios com armas automáticas em diferentes bairros do Cairo, principalmente em torno da praça Ramsés, onde milhares de partidários da Irmandade Muçulmana estavam reunidos Ocorreram tiroteios com armas automáticas em diferentes bairros do Cairo, principalmente em torno da praça Ramsés, onde milhares de partidários da Irmandade Muçulmana estavam reunidos

Milhares de partidários do presidente islâmico deposto, Mohamed Mursi, protestaram nesta sexta-feira (16) no Egito diante das forças de ordem, autorizadas a atacá-los com armas de fogo, desencadeando uma onda de violência que deixou ao menos 83 mortos, mil detidos e transformou bairros inteiros em campos de batalha.

O governo egípcio — instaurado pelo Exército — indicou que enfrenta "um complô terrorista" da Irmandade Muçulmana para justificar a repressão que deixou mais de 680 mortos nos últimos dias, em sua maioria manifestantes fiéis ao presidente destituído.

"O governo afirma que seus membros, as Forças Armadas, a polícia e o grande povo do Egito estão unidos para combater o complô terrorista tramado pela Irmandade Muçulmana".

Irmandade Muçulmana convoca novos protestos

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Segundo o Ministério do Interior, "o número de seguidores da Irmandade Muçulmana detidos é de 1.004," sendo 558 no Cairo.

Na capital egípcia, fortemente patrulhada pelo Exército e por comitês populares partidários do governo, ocorreram tiroteios com armas automáticas em diferentes bairros, principalmente em torno da praça Ramsés, onde milhares de partidários da Irmandade Muçulmana estavam reunidos.

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Os corpos de pelo menos 39 pessoas foram enfileirados em mesquitas do Cairo. Soldados e policiais dispersaram os manifestantes favoráveis a Mursi na capital, constatou um correspondente da AFP.

O Partido da Liberdade e da Justiça afirma que há 130 mortos apenas na capital, e segundo fontes de segurança, 31 pessoas morreram em diferentes Províncias do Egito.

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Em Suez, cinco pessoas foram mortas durante a noite pelas forças de ordem e dezenas ficaram feridas durante uma manifestação durante o toque de recolher, segundo fontes da segurança.

Tiros também eram ouvidos em outras grandes cidades do país onde os partidários de Mursi protestavam, como Alexandria, Beni Sueif, Fayum e na cidade turística de Hurghada, às margens do Mar Vermelho.

Frente à escalada, que desperta temores de que o país — em estado de emergência desde quarta-feira e onde impera um toque de recolher noturno em várias províncias — mergulhe no caos, os Estados Unidos fizeram um novo apelo para que não seja empregada força excessiva contra os manifestantes, enquanto os europeus estudam "a adoção de medidas". A Alemanha indicou inclusive que quer revisar suas relações com o Cairo.

O grupo islâmico Aliança contra o Golpe de Estado convocou seus seguidores a protestar diariamente.

"Haverá manifestações contra o golpe de Estado todos os dias", disse, depois de seu movimento ter convocado seus partidários a protestar "aos milhões" e "pacificamente" para denunciar o "massacre".

Laila Musa, outra porta-voz do mesmo movimento, denunciou a prisão de seguidores de Mursi antes dos protestos desta sexta, entre os quais há pelo menos dois ex-membros do Parlamento.

Já o Tamarrod, movimento que promoveu as gigantescas manifestações pela destituição de Mursi, pediu que os egípcios formem "comitês populares" para defender o país do que ele chama de "terrorismo" da Irmandade Muçulmana, à qual pertence Mursi.

Os representantes dos 28 Estados membros da União Europeia se reunirão na segunda-feira (19) em Bruxelas para analisar a situação, indicou o gabinete de Catherine Ashton, chefe da diplomacia europeia.

Já o rei Abdallah da Arábia Saudita manifestou apoio às autoridades egípcias "contra o terrorismo" e advertiu para o perigo de "intromissões" nos assuntos internos do Cairo. A Jordânia também manifestou o seu apoio ao governo egípcio em sua luta para "combater o terrorismo".

Centenas de pessoas participaram de manifestações convocadas por grupos islamitas em Cartum, Amã, Rabat, Jerusalém Oriental e na Cisjordânia para denunciar "o golpe de Estado" contra Mohamed Mursi.

Nesta sexta, a Coalizão pró-Mursi condenou os ataques de islamitas contra igrejas cristãs no país, mas aproveitou para acusar alguns cristãos de apoiar a derrubada do primeiro presidente democraticamente eleito no país.

"Embora alguns líderes coptas tenham apoiado ou, inclusive, participado do golpe, este tipo de ataque não se justifica", indicou.

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