Presidente da Rússia, Vladimir Putin, discursa para a Assembleia-Geral da ONU, em Nova York
REUTERS/Mike SegarEm seu primeiro discurso na Assembleia-Geral das Nações Unidas em dez anos, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, criticou as "tentativas de enfraquecer a legitimidade" da organização.
O mandatário fazia referência às intervenções ocidentais em países em conflito sem o respaldo do Conselho de Segurança da ONU, ou desrespeitando o mandato concedido, como no Iraque, na Líbia e na própria Síria.
— Consideramos as tentativas de enfraquecer a legitimidade da ONU extremamente perigosas.
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Para o líder russo, ao invés de aprender com os erros do passado, o mundo continua os repetindo.
— As exportações de revoluções ditas democráticas continuam.
No entanto, o líder russo reconheceu que a Organização das Nações Unidas está "obsoleta" e necessita de mudanças.
— Naturalmente, o mundo está mudando, e a ONU deve ser coerente com essas alterações.
Síria
Putin dedicou boa parte de seu pronunciamento à guerra civil na Síria e defendeu um apoio internacional às forças leais ao presidente Bashar al Assad, contestado pelas potências ocidentais, principalmente pelos Estados Unidos.
"Ninguém a não ser as forças do presidente Assad e os curdos lutam contra o Estado Islâmico", afirmou, ressaltando que o grupo jihadista não "saiu do nada", mas foi financiado e sustentado em seu início.
Segundo o chefe de Estado, para derrotar a organização terrorista é preciso haver uma coalizão internacional similar àquela que se criou contra Adolf Hitler na Segunda Guerra Mundial.
Ucrânia
Como não poderia deixar de ser, Putin ainda criticou a atuação dos EUA e da Europa na Ucrânia e a expansão da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) pelos países pós-soviéticos.
De acordo com ele, as pressões sobre Kiev para estar contra ou a favor do dito Ocidente culminaram com a atual situação vivida pela nação, que tem movimentos separatistas em sua parte oriental.
— Se orquestrou desde fora um golpe militar, que deu lugar a uma guerra civil.
Enquanto o presidente da Rússia falava, a delegação ucraniana na ONU deixou a sala da Assembleia-Geral como uma forma de protesto, já que ele é acusado de apoiar os rebeldes da região de Donbass.
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