As imagens da Nasa mostram o antes (à esq.) e o depois (à dir.). A primeira imagem foi tirada em 1989 e a segunda, em 2014
Montagem R7O quarto maior lago do mundo está quase completamente seco: A extensão da bacia do deserto de Kyzylkum, conhecido como Mar de Aral, na fronteira entre o Cazaquistão e Uzbequistão, tem recuado ao longo da metade do último século.
Dos 68 mil km quadrados de superfície, sobrou apenas cerca de 10%, principalmente por causa do avançado processo de desertificação acelerado pela ação do homem na região.
De acordo com o jornal The Independent, um projeto de irrigação da União Soviética, no ano de 1960, contribuiu para a seca do lago, que passou a ser usado como fonte de água para as fazendas de algodão da região.
Antes disso, o Mar de Aral era alimentado pelos rios Amu e Syr Darya, que nasciam nas montanhas próximas.
Um satélite da Nasa vem monitorando a região desde que a seca começou. As imagens, desde 1989 até 2014, mostram que o lago já totalmente seco em pontos específicos.
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Segundo o Observatório da Terra da Nasa, em 2005, o Cazaquistão construiu uma represa entre as porções norte e sul do Mar, em uma tentativa de salvar parte do lago, que já tinha desaparecido.
As alterações no nível do Mar de Aral trouxeram consequências terríveis para as pessoas que moram na região, levando comunidades inteiras ao colapso por causa da seca. A água também têm altos índices de poluição de fertilizantes e pesticidas. A saúde pública piorou devido a contaminação.
Além disso, a perda da água colabora para que existam invernos mais frios e verões mais quentes e secos.
Dezenas de ativistas já vinham chamando a atenção do mundo para a seca do Mar de Aral, e em 2010, um documentário mostrava o recuo das águas. Atualmente, a situação já é de calamidade ecológica, segundo o The Independent.
Os dados são alarmantes. De acordo com a ONG We Are Water (Nós Somos a Água, em tradução livre), a região tem a maior taxa de mortalidade infantil de toda a antiga União Soviética. A bronquite crônica aumentou em 3.000%, a artrite 6.000% e o câncer do fígado já cresceu 200%.