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Quatro milhões de crianças refugiadas estão fora da escola

Estudo publicado por agência da ONU mostra que matrículas em escola não consegue acompanhar o ritmo do aumento da população refugiada

Internacional|

Meninas roinghya leem em escola em campo de refugiados em Bangladesh
Meninas roinghya leem em escola em campo de refugiados em Bangladesh Meninas roinghya leem em escola em campo de refugiados em Bangladesh

Aproximadamente 4 milhões de crianças refugiadas no mundo não frequentam a escola, o que representa meio milhão a mais de menores de idade sem acesso à educação em apenas um ano, denunciou, nesta quarta-feira (29), a Acnur (Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados) em um novo relatório.

O estudo "Inversão da tendência: Educação dos Refugiados em Crise" publicado hoje pela organização, revela que, apesar dos esforços dos governos, do ACNUR e organizações parceiras, a matrícula de crianças refugiadas na escola não consegue acompanhar o ritmo do aumento da população refugiada.

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No final de 2017, havia mais de 25,4 milhões de pessoas refugiadas no mundo, 19,9 milhões das quais estavam sob a tutela do Acnur.

Mais da metade desta população era formada por crianças, 7,4 milhões deles em idade escolar, indicou o relatório.

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No entanto, apenas 61% das crianças refugiadas frequentam o ensino fundamental, em comparação com uma taxa de matrícula global de 92%.

Lacuna é maior entre os mais velhos

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À medida que as crianças crescem, esta lacuna se aprofunda, já que quase dois terços que vão à escola primária não conseguem se matricular no ensino médio.

Apenas 23% delas vão a um instituto de educação do ensino médio, em comparação com uma taxa mundial de 84%, explica o relatório.

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Já no ensino superior, essa lacuna se transforma em um abismo, indica a organização da ONU.

A taxa global de matrículas em instituições de ensino superior é de 37%, enquanto apenas 1% dos refugiados tem acesso às mesmas oportunidades de educação, um dado que não mudou nos últimos três anos.

"A educação é um meio para ajudar as crianças a curar, mas também é essencial para a reconstrução do seu país", afirmou em comunicado, alto comissário da ONU para os refugiados, o italiano Filippo Grandi.

"Sem educação, o futuro desses meninos e meninas e suas comunidades será irremediavelmente prejudicado", acrescentou.

'Escola oferece um pouco de normalidade'

O relatório destaca os progressos realizados no que diz respeito aos compromissos assumidos pelos países na Declaração de Nova York para Refugiados e Migrantes para matricular na escola em 2017, 500 mil crianças que antes não tinham acesso à educação, mas ao mesmo tempo pede que se faça mais para garantir que todas as pessoas refugiadas tenham a educação de qualidade que merecem.

"A escola é o primeiro lugar em meses e até anos em que meninas e meninos refugiados podem encontrar um pouco de normalidade", manifestou Grandi.

"De acordo com as tendências atuais, a menos que se façam investimentos urgentes, outras centenas de milhares de crianças refugiadas se juntarão a essas estatísticas desanimadoras", insistiu.

Países anfitriões

A Acnur solicita aos países anfitriões que matriculem as crianças refugiadas nos sistemas nacionais de educação, com um currículo apropriado em cada estágio dos ensinos fundamental e médio, de tal forma que as qualificações reconhecidas sejam um trampolim para a universidade ou ensino profissional superior.

Além disso, afirma que os países de regiões em desenvolvimento abrigam 92% da população refugiada em idade escolar em todo o mundo e, portanto, necessitam de um apoio financeiro sustentado da comunidade internacional.

A agência da ONU também pede o estabelecimento das alianças mais fortes com o setor privado, organizações humanitárias e de desenvolvimento, e governos, a fim de aumentar as soluções sustentáveis para a educação de refugiados.

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