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Reação popular à morte de soldado é principal risco para crise entre Ucrânia e Rússia, dizem especialistas

Autoridades ucranianas não querem conflito, mas tensão nas cidades pode fugir ao controle

Internacional|Do R7

Tanques da Ucrânia em região próxima à Crimeia
Tanques da Ucrânia em região próxima à Crimeia Tanques da Ucrânia em região próxima à Crimeia

A morte de um soldado ucraniano em uma base militar da Crimeia eleva a tensão na região, afirmam analistas. O perigo, porém, não é de um conflito militar entre a Ucrânia e a Rússia, mas de reações de cidadãos comuns, que podem provocar conflitos civis, sobretudo, nas cidades etnicamente divididas.

“Não é de se esperar que o governo da Ucrânia inicie um conflito militar contra a Rússia, mesmo que as autoridades insinuem isso”,afirma Reginaldo Nasser, professor do Departamento de Relações Internacionais da PUC-SP

— A correlação de forças é muito desigual.

A mesma opinião tem professor de relações internacionais das Faculdades Integradas Rio Branco Gunther Rudzit.

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“A reação do governo ucraniano à decisão de Vladimir Putin em aceitar a anexação da Crimeia é retórica”, diz Rudzit.

Tanto Rudzit como Nasser afirmam que o poder nuclear da Rússia também afasta a possibilidade de uma reação coordenada entre o governo ucraniano e a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte).

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— Ninguém quer um conflito com uma potência nuclear. Não se imagina que um confronto do tipo fique apenas nos meios convencionais.

Nasser afirma que, para o governo ucraniano, a Crimeia é uma questão perdida.

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— A questão agora é garantir a unidade do restante do território, pois outras regiões podem também buscar a separação. Putin acenou nessa direção, ao afirmar, em discurso, que a Rússia reconhece a unidade ucraniana. Ou seja: se a Ucrânia abrir mão da Crimeia, a Rússia se compromete a não invadir outras áreas do país.

Os especialistas, porém, acreditam que, embora nenhum dos governos esteja, de fato, interessado no confronto, a morte do soldado pode provocar revoltas que fujam ao controle dos governantes.

“O governo não controla tudo. A situação nas cidades que possuem população muito dividida, como muita gente de origem ucraniana e muita gente de origem russa, é tensa”, afirma Rudzit.

Nasser acredita que um revanchismo popular, que busque punir russos em cidades ucranianas, pode desencadear uma ação de Putin.

— Se a situação fugir do controle, se russos forem mortos em outras localidades, pode, de fato, haver uma reação de Moscou.

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