Os rebeldes pró-russos entregaram nesta segunda-feira (21), a representantes malaios, as duas caixas-pretas do Boeing 777 que caiu no leste da Ucrânia, com quase 300 pessoas a bordo.
— Não viemos aqui para culpar ninguém. As duas caixas são propriedade da Malásia. É possível ver que as caixas estão intactas —, disse à imprensa o chefe da delegação do país asiático, um coronel do Conselho de Segurança Nacional da Malásia.
O primeiro-ministro da república popular de Donetsk, Aleksandr Borodai, fez a entrega dos dois dispositivos ao chefe da delegação malásia durante uma cerimônia oficial realizada na sede do governo separatista em Donetsk. As caixas de cor laranja foram postas sobre a mesa da sala de conferências e entregues à parte malásia.
— Agora temos três tarefas: a repatriação dos corpos, a mudança das caixas-pretas e a devolução dos objetos pessoais a seus donos —, disse o representante malaio. O coronel explicou que, uma vez que já tem as caixas-pretas em seu poder, o trem com os 282 corpos e 87 fragmentos dos passageiros e tripulantes poderá deixar a estação de Donetsk com destino à cidade de Kharkiv.
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Por sua vez, Borodai se manifestou convencido de que "a análise das caixas-pretas poderá ajudar a desvendar como ocorreu realmente esta terrível catástrofe". — As quase 300 pessoas que morreram, são vítimas de uma guerra não declarada pelas autoridades de Kiev contra o povo das repúblicas populares de Donetsk e Lugansk —, denunciou.
Borodai assegurou que "a parte ucraniana não está interessada na investigação objetiva do acidente com a participação de especialistas internacionais e de que a verdade seja revelada". E negou que as milícias insurgentes tivessem derrubado o avião da Malaysia Airlines, como asseguram os Estados Unidos e muitas chancelarias ocidentais.
— Não dispomos da tecnologia necessária e, o mais importante, não tínhamos motivo algum —, ressaltou. Além disso, Borodai anunciou uma declaração unilateral de cessar-fogo em um raio de 10 quilômetros em torno da catástrofe, que aconteceu em um campo da cidade de Grabovo, para facilitar o trabalho dos especialistas internacionais. Em Kharkiv, o trem com os corpos será recebido por 30 especialistas, em sua maioria da Holanda, país do qual procediam 193 vítimas, e a Malásia, nação proprietária do Boeing 777 acidentado.
Seguidamente, serão feitos exames, após os quais os corpos serão repatriados, embora haja a possibilidade de alguns familiares viajarem para Kharkiv para identificá-los pessoalmente.