A ministra de Educação da Romênia, Ecaterina Andronescu, foi demitida nesta sexta-feira (2) devido a um polêmico comentário sobre uma adolescente que foi estuprada e assassinada após ser sequestrada quando pedia carona.
"Eu aprendi na minha casa a não subir no carro com um estranho", disse Andronescu ontem durante um programa de televisão que abordava a tragédia.
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O caso da menor de 15 anos desaparecida na quarta-feira da semana passada perto da cidade de Caracal, ao sul do país, provocou comoção e indignação pela lenta resposta da polícia aos pedidos de socorro que a adolescente fez antes de morrer.
Hoje, a primeira-ministra Viorica Dancila explicou em seu perfil do Facebook os motivos da demissão da ministra.
"É uma atitude que demonstra falta de responsabilidade, que não reflete a posição do governo e que não quero que se assimile com o Executivo que dirijo", disse Dancila, que qualificou as palavras da agora ex-ministra de "profundamente equivocadas".
"São afirmações que mostram falta de entendimento do caso e do modo como devemos proteger as crianças de sequestros, agressões, abusos e tráfico de pessoas", acrescentou a primeira-ministra.
A menor conseguiu ligar várias vezes para o número de emergência da polícia da Romênia enquanto estava retida na casa do homem que a violentou e posteriormente confessou seu assassinato.
A confusão das informações oferecidas pela vítima e a falta de preparação técnica e de coordenação entre departamentos fez com que a polícia demorasse 19 horas para entrar na casa do assassino confesso.
A onda de indignação popular diante da resposta tardia das autoridades provocou as demissões nesta semana do ministro do Interior, Nicolae Moga, e do chefe do Serviço de Telecomunicações Especiais responsável pelo número de emergência da polícia.
Na casa do assassino, situada na cidade de Caracal, os agentes detiveram o homem de 66 anos que confessou ter matado a menor e outra jovem de 18 anos desaparecida em abril nessa região, também enquanto pedia carona.
A polícia também encontrou no imóvel objetos com restos de DNA da menor assassinada e ossos carbonizados cuja identidade ainda não foi confirmada.