O chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, afirmou nesta terça-feira (23) que não haverá nenhuma piedade para os assassinos de Daria Dugina, de 29 anos, filha de Alexander Dugin, um defensor da invasão da Ucrânia e que seria próximo ao presidente russo, Vladimir Putin.
"Foi um crime bárbaro para o qual não pode haver perdão (...) Não pode haver piedade para os organizadores, os patrocinadores e os executores", disse Lavrov em uma entrevista coletiva.
O Serviço Federal de Segurança da Rússia acusa o serviço secreto ucraniano de estar por trás do atentado, mas a Ucrânia nega qualquer envolvimento.
De acordo com algumas versões da imprensa russa, Alexander seria o alvo do atentado que explodiu seu carro no último fim de semana.
Investigação do crime
O FSB afirmou na segunda-feira (22) que havia solucionado o crime - apenas dois dias após o ataque - e apontou uma mulher ucraniana como a responsável pela morte de Daria.
A mulher teria alugado um apartamento no edifício em que jovem morava e compareceu no sábado a um festival cultural em que a jornalista e cientista política também estava presente.
"Não tenho nenhuma dúvida de que os russos investigarão o ataque. E não tenho nenhuma dúvida que os russos apresentarão certas conclusões", disse o porta-voz do Departamento de Estado americano, Ned Price.
Funeral de Dugina
O funeral aconteceu em um salão do centro Ostankino TV de Moscou, onde uma foto de Dugina foi posicionada diante do caixão aberto.
Dugin e sua esposa sentaram ao lado do caixão da filha.
"Ela morreu pelo povo, pela Rússia, no front. O front é aqui", afirmou Dugin no início da cerimônia.
Daria Dugina também era uma figura com grande presença em canais de televisão pró-Kremlin, como Russia Today e Tsargrad.
"Entre as primeiras palavras que ensinamos quando era criança estavam, obviamente, 'Rússia', 'nosso poder', 'nosso povo', 'nosso império'", declarou Dugin, tentando conter as lágrimas.