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Saída de chefe de segurança cibernética inicia nova era na NSA

Internacional|

Jairo Mejía. Washington, 28 mar (EFE).- A Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA) entrou nesta sexta-feira em uma nova era com a saída do general Keith Alexander do cargo de diretor, que ocupava desde 2005, em cerimônia realizada em sua sede, o complexo de Fort Meade, no estado de Maryland. Além disso, Alexander também deixou o posto de diretor do Comando Cibernético militar, que acumulava desde 2010. Sua substituição pelo almirante Michael Rogers ocorre após dez meses de críticas pelas revelações feitas por Edward Snowden, ex-analista da NSA, sobre os polêmicos programas de espionagem do governo americano. Na cerimônia de passagem de comando, o estado maior das Forças Armadas e da Inteligência americana informou que a NSA continuará aumentando seus recursos para manter seu trabalho de segurança cibernética. "O ciberespaço será parte de qualquer futuro conflito, e se não nos adaptarmos a essa realidade, estaremos em grave risco", destacou Hagel em discurso - o primeiro transmitido ao vivo por televisão direto de Fort Meade. Hagel também afirmou que os "Estados Unidos não vão militarizar o ciberespaço", como temem alguns dos principais líderes americanos em função dos documentos vazados por Snowden, que mostram o grande poder de infiltração da NSA no monitoramento da rede. As revelações de Snowden colocaram a discreta NSA no centro das atenções e levaram o presidente Barack Obama a pedir o fim da compilação de dados de ligações telefônicas, que fragilizava a privacidade dos americanos. No entanto, a NSA e o Comando Cibernético mantêm basicamente imune sua capacidade de espionar no exterior, com o objetivo de evitar atentados terroristas, melhorar a inteligência militar em guerras e repelir ataques a redes estratégicas, que como lembraram os presentes ao evento de hoje, ocorrem incontáveis vezes por dia. O orçamento secreto da NSA é estimado em mais de US$ 10 bilhões anuais, sendo superado apenas pelo da CIA, e Hagel disse que o número de funcionários ligados à espionagem militar aumentará para 6.000 em 2016. Sob as ordens de Alexander, um especialista em matemática graduado em West Point, de 62 anos, 40 deles de experiência militar, a NSA teceu relações com agências de inteligência de todo o mundo, perseguiu terroristas na Europa, líderes de cartéis da droga no México, elaborou complexas análises para evitar baixas no Afeganistão e no Iraque e colaborou de maneira determinante na morte de Osama bin Laden. Os "sentinelas silenciosos" da NSA, como foram chamados por Hagel, se multiplicaram. Como fontes do Pentágono comentaram hoje, eles se nutriram de "gênios" do Vale do Silício e contribuíram para criar uma indústria auxiliar de técnicos e analistas que emprega a milhares de pessoas nas regiões de Washington, Virgínia e a chamada "CyberMaryland". No entanto, funcionários do Pentágono destacaram nesta sexta que no futuro tentarão depender menos de funcionários terceirizados, e mais dos disciplinados membros dos quadros militares para operações de espionagem. "Agora os bytes são armas, e é possível destruir um país com um clique de mouse", ressaltou o chefe do Estado-Maior Conjunto, o general Martin Dempsey, em cerimônia na qual Alexander recebeu duas condecorações. A maior importância das comunicações na internet e a vulnerabilidade de infraestruturas interligadas ao setor financeiro ou das áreas de defesa e energia, levaram os Estados Unidos a não diminuir os recursos em inteligência apesar dos cortes no Pentágono. "O primeiro e-mail foi enviado da rede de Defesa da Arpanet quando Keith estava em (a academia militar de) West Point. Hoje são enviados mais de 40 trilhões a cada ano, e a internet é responsável por um quinto do crescimento do PIB dos países desenvolvidos", destacou Hagel. Alexander se aposenta deixando para trás uma rede de espionagem eletrônica que foi capaz de frustrar milhões de ataques cibernéticos, em algumas ocasiões em um só dia, mas também espionar líderes estrangeiros e provocar uma onda de críticas por pôr em risco a liberdade na internet. EFE jmr/id

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