Santos afirma que pode denunciar Venezuela perante tribunal internacional

Bogotá, 1 set (EFE).- O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, afirmou nesta terça-feira que a procuradoria de seu país está "considerando seriamente" denunciar no Tribunal Penal Internacional (TPI) membros do governo da Venezuela por supostos "crimes contra a humanidade" durante a deportação de centenas de colombianos. "A Procuradoria Geral da Nação considera que há bases para provar que se configurou um possível ataque generalizado e sistemático contra a população civil colombiana", declarou Santos em um discurso à nação. O governante explicou que a denúncia da procuradoria seria contra "membros da cúpula civil e militar do governo venezuelano que poderiam ser responsáveis por crimes contra a humanidade consagrados no Estatuto de Roma". Entre esses delitos Santos mencionou "a deportação ou mudança forçada da população de colombianos, que foram alvo de expulsão e outros atos violatórios do direito internacional". O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, fechou há 13 dias o principal ponto fronteiriço com a Colômbia dentro de uma ofensiva para combater o contrabando e supostos paramilitares na região. Uma missão das Nações Unidas revelou nesta segunda-feira que da Venezuela foram deportados 1.100 colombianos, enquanto outros 10.000 optaram por abandonar esse país. Santos ressaltou que seu governo recorrerá a todas as instâncias internacionais que sejam necessárias para salvaguardar os direitos dos colombianos afetados. Ao referir-se às decisões da Venezuela, Santos admitiu que o país vizinho tem direito de fechar sua fronteira ou expulsar pessoas por razões de segurança, mas fez uma advertência. "A jurisprudência internacional em direitos humanos é clara em afirmar que dito poder tem limites: não pode violar o direito internacional", concluiu Santos. EFE ocm/rsd (foto) (vídeo)