No Dia Internacional contra a Discriminação Racial, que acontece nesta quarta-feira (21), o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres ressaltou que a xenofobia, o racismo e os neo-nazistas têm ganhado cada vez mais espaço e que é preciso reunir esforços contra esse discurso de ódio.
Guterres discursou na Assembleia Geral da ONU relembrando a importância do tema.
“Vamos trabalhar para eliminar mensagens de ódio — o conceito de 'nós' e 'eles'; a falsa atitude de que podemos aceitar alguns e rejeitar e excluir os outros simplesmente pela forma como eles olham, onde adoram ou amam”, disse o chefe da ONU.
Na Europa, ataques contra refugiados são constantes. Antes das eleições italianas, por exemplo, aconteceram alguns ataques contra refugiados que dividiram o país.
O Alto Comissário de Direitos Humanos das Nações Unidas também falou sobre o assunto. Zeid Ra’ad Al Hussein ressaltou os prejuízos que os preconceitos raciais causam à sociedade.
“A experiência já demonstrou que a discriminação, a intolerância, o preconceito e a criação de bodes expiatórios frequentemente geram ameaças à paz regional e levam a um conflito”, afirmou.
A diretora-geral da Unesco, Irina Bokova também se manifestou sobre a data, destacando alguns fatos racistas que aconteceram no passado. Bokova salientou que a educação é a melhor ferramenta para evitar que esses feitos se repitam.
“Porque não basta reconhecer os efeitos danosos do racismo — também precisamos das ferramentas e dos instintos para combatê-lo e condená-lo onde quer que ocorra, seja de que forma for, da humilhação mesquinha e cotidiana à violência agravada”, argumentou.
Como surgiu essa data?
O Dia Internacional contra a Discriminação Racial é celebrado no dia 21 de março por conta do Massacre de Shaperville, que aconteceu na África do Sul nesse mesmo dia, em 1960.
Os manifestantes sul africanos protestavam contra o regime do apartheid e contra a “lei do passe” que determinava que as pessoas negras do país carregassem consigo uma caderneta onde ficaria registrado o lugar que elas poderiam ir.
O protesto começou pacífico, mas os policiais agiram deixando 69 mortos e 180 pessoas feridas.