Logo R7.com
Logo do PlayPlus
Publicidade

Snowden aguarda resgate venezuelano enquanto Moscou se impacienta

Internacional|

Ignacio Ortega. Moscou, 6 jul (EFE).- O ex-analista americano da CIA Edward Snowden espera que a oferta de asilo venezuelano o permita deixar de uma vez por todas o limbo diplomático moscovita, já que a paciência russa vem se esgotando visivelmente. "Ele não vai ficar morando no (aeroporto moscovita) Sheremetyevo!", afirmou neste sábado Alexei Pushkov, chefe do comitê de Relações Exteriores da Duma - ou Câmara dos Deputados da Rússia. Snowden, que não foi visto desde que deixou Hong Kong em 23 de junho com destino à capital russa, pediu refúgio em 27 países, segundo o Wikileaks, até que o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, lhe ofereceu ontem "asilo humanitário". "O asilo de Snowden na Venezuela seria a melhor das decisões. Esse país mantém um intenso conflito com os Estados Unidos. Pior não vai ficar", postou Pushkov em sua conta no Twitter. Pushkov, que já classificou Snowden como defensor dos direitos humanos, expressou o sentimento das autoridades russas, para quem o jovem acusado pela justiça americana de espionagem já parece ter virado uma batata quente. O vice-ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Ryabkov, pediu ao jovem americano que se decida de uma vez por todas se pede ou não asilo político no país. "Não podemos decidir por ele", afirmou. O homem que revelou uma trama de espionagem em massa de contatos telefônicos e online não parece disposto a aceitar a condição para ficar na Rússia imposta pelo presidente, Vladimir Putin. Putin deixou claro que, se quiser se asilar na Rússia, Snowden deverá suspender imediatamente os vazamentos de informações e qualquer atividade voltada contra os interesses dos Estados Unidos, que qualificou de "parceiros" de Moscou. Segundo a imprensa, Snowden assegurou que não negociará com a informação privilegiada confidencial da qual dispõe em troca do asilo político, mas Washington insiste em pedir sua extradição. Seja como for, as autoridades russas deixaram claro que não entregariam Snowden em nenhum caso, independentemente das ações que tenha cometido. "A Rússia não é obrigada a entregar Snowden às autoridades dos Estados Unidos, já que entre os dois países não existe um convênio de extradição", disse hoje à Agência Efe Ludmila Alexéyeva, veterana defensora dos direitos humanos. A questão agora é saber de que forma Snowden deixará a zona de trânsito de Sheremetyevo para viajar para Venezuela, em caso de ambas as partes conseguirem formalizar o procedimento de asilo, depois que os EUA lhe confiscaram o passaporte. Segundo fontes diplomáticas europeias informaram à Efe, Snowden poderá viajar mesmo sem passaporte: um documento de viagem do país de destino bastaria, à guisa de salvo-conduto. Em todo caso, ambas as partes terão que pisar leve, já que Washington já deixou claro que contatou outros países para pedir ajuda em caso de aterrissagem de um avião com Snowden a bordo. A decisão de Maduro de se oferecer a receber o ex-analista americano não surpreendeu na Rússia, onde na terça-feira se especulou que o avião presidencial venezuelano poderia viajar com Snowden a bordo no retorno de Moscou a Caracas. "Ele não matou ninguém nem pôs nenhuma bomba. Merece proteção em virtude do direito humanitário internacional", disse Maduro em Moscou. Na terça-feira, no ato de inauguração de uma rua em Moscou em homenagem ao presidente venezuelano Hugo Chávez (1999-2013), Maduro pediu à comunidade internacional proteger Snowden e todos aqueles "que se atreverem a dizer verdades da tentativa do império americano de controlar o mundo". O presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, também antecipou que concederia "com muito gosto" asilo a Snowden "se as circunstâncias permitirem", após confirmar ter recebido a solicitação do jovem. Tanto a Venezuela como a Nicarágua mantêm estreitas relações com a Rússia e, de fato, são praticamente os únicos países que reconheceram a independência das regiões separatistas georgianas da Ossétia do Sul e da Abkházia. Também neste sábado, o presidente Evo Morales, da Bolívia, declarou que Edward Snowden receberá asilo no país caso peça,como forma de protesto contra os países europeus que impediram que seu avião trafegasse por seu espaço aéreo por que o jovem estaria a bordo. Segundo o Wikileaks, Snowden pediu asilo em 27 países, a maioria dos quais ou rejeitou tal solicitação, ou deu como condição que o litigante esteja em seu território. Os últimos a negar asilo a Snowden foram a Itália e a França, cujo ministro do Interior, Manuel Valls, explicou que os EUA "são um país amigo" e "democrático" que tem "uma justiça independente" e com o qual tem convenções de cooperação judicial. Caso Snowden não pudesse receber asilo em nenhum país, tanto o defensor público como o chefe do Serviço Federal de Imigração russos defenderam que o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) se encarregue do caso. EFE io/tr

Últimas

Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.