Charlotte Adelman conseguiu localizar nomes da mãe no Museu do Holocausto
Reprodução/Facebook Roz Adelman-GoldbergCharlotte Adelman é uma mulher de 86 anos, muito conectada à internet. Apesar de sua facilidade com a rede mundial de computadores, ela não esperava que pudesse receber uma mensagem da família que salvou sua vida durante o Holocausto, na Segunda Guerra Mundial.
Quando criança, Adelman, uma judia francesa, quase foi levada para um campo de concentração e escapou graças a ajuda da família Quatreville que a escondeu por quase dois anos no porão.
Em 2014, Alain Quatreville, filho da família que acolheu Adelman, conseguiu encontrá-la no Facebook.
Agora, Adelman voltou à França. Ela visitou a casa onde ficou, na cidade de Beaumont-en-Argonne, no norte da França e o Memorial do Holocausto, em Paris.
No Memorial, ela conseguiu localizar o nome de sua mãe, que morreu durante a Segunda Guerra Mundial.
Pai fugiu para salvá-la
Adelman foi levada para um orfanato aos 9 anos de idade e seus pais foram direcionados para campos de concentração. Seu pai conseguiu fugir, mas a mãe teve medo de ser morta na fuga. Ela morreu pouco tempo depois, em Auschwitz.
O pai de Adelman, por outro lado, conseguiu voltar à França, ainda ocupada. Ele entrou em contato com amigos que conseguiram retirar a menina do orfanato. Foi comprovado depois que pelo menos 79 crianças que passaram pelo local foram levados para campos de concentração.
No início, a garotinha ficou com uma amiga da família. Ela chegou com o estado de saúde debilitado, mas conseguiu se recuperar.
Nesse período, seu pai trabalhava disfarçado para o exército alemão tentando descobrir o paradeiro da mãe.
Aproximação com os Quatreville
Enquanto trabalhava quase como espião, ele conseguiu se aproximou da família Quatreville, que prometeu esconder e cuidar da sua filha. A família cumpriu a promessa.
Durante um ano, a menina foi mantida no porão da casa, na cidade de Beaumont-en-Argonne, no norte da França.
Adelman não podia ver a luz do dia. No seu esconderijo só havia uma lâmpada e um colchão. Apesar das condições extremamente adversas, ela conta que sentia como parte da família. Ela tinha direito a banho e comida todos os dias.
Depois que a guerra acabou, o pai de Adelman voltou para buscá-la. Ela se recorda de ter visitado a família Quatreville ainda na juventude, mas depois eles perderam o contato.
Alain, o filho que a reencontrou, afirmou à TV ABC que a reunião teria sido um sonho para sua mãe, que manteve lembranças da menina judia até a morte.